Classificação do lixo hospitalar, acondicionamentos e destino final.
Grupo A (Risco biologico) - engloba os componentes com possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Exemplos: placas e lâminas de laboratório, carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas transfusionais contendo sangue, dentre outras. Deve ser acondicionado em saco plastico branco leitoso, resistente, impermeavel.
Os resíduos do grupo A são identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos.
Destino final: grupo A incinerados.
Grupo B (Risco químico) - contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Ex: medicamentos apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais pesados, dentre outros. Devem ser acondicionados com sua embalagem original, dentro de recipiente inquebrável ,envolvido por um saco.
Os resíduos do grupo B são identificados através do símbolo de risco associado e com discriminação de substância química e frases de risco.
Destino final: Grupo B devolvido ao fabricante.
Grupo C (Rejeitos radioativos) - quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, como, por exemplo, serviços de medicina nuclear e radioterapia etc. Deverão ser acondicionados em recipientes blindados.
Os rejeitos do grupo C são representados pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão MATERIAL RADIOATIVO.
Destino final: Grupo C deverão ir para Recife ou Salvador.
Grupo D (Residuo comum) - não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Ex: sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas administrativas etc.
Os resíduos do grupo D podem ser destinados à reciclagem ou à reutilização. Quando adotada a reciclagem, sua identificação deve ser feita nos recipientes e nos abrigos de guarda de recipientes, usando código de cores e suas correspondentes nomeações, baseadas na Resolução CONAMA no 275/01, e símbolos de tipo de material reciclável. Para os demais resíduos do grupo D deve ser utilizada a cor cinza ou preta nos recipientes. Pode ser seguida de cor determinada pela Prefeitura. Caso não exista processo de segregação para reciclagem, não há exigência para a padronização de cor destes recipientes.
Destino final: Grupo D reciclados, reutilizados ou aterrado.
Grupo E (Pérfurocortante) - materiais perfuro-cortantes ou escarificantes, tais como lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, espátulas e outros similares.Acondicionados em recipientes rígidos preenchidos somente ate 2/3 de sua capacidade.
Os produtos do grupo E são identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo.
Destino final: Grupo E incinerados.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Downloads de livro de enfermagem
O VER SAÚDE fornece links para o download de arquivos voltados à Saúde como apresentações em power-point, doc, pdf, programas, filmes educativos dentre outros arquivos.Seja bem vindo é faça bom aproveito!
sábado, 8 de agosto de 2009
Ausculta Cardíaca
Técnica
É importante que seja efetuada em local silencioso, com o paciente e o profissional em posições confortáveis.
Áreas de ausculta
- Tricúspide: na parte baixa do externo, junto à linha paraesternal esquerda;
- Mitral: onde se localiza, pela palpação, o choque da ponta;
- Aortica: no segundo espaço intercostal direito, junto ao externo;
- Pulmonar: no segundo espaço intercostal esquerdo, na margem external;
- Aórtica acessória: no terceiro espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno;
- Outras áreas: margem direita do esterno, o epigástrio, região axilar e cervical.
Mudanças de posição do paciente
- Lateralização de 45 graus à esquerda: fenônemos relacionados ao lado esquerdo e valva mitral.
- Flexão do tronco: melhora a auscultação dos eventos de origem aórtica e pulmonar;
- Sentado ou ereto: melhor ausculta dos fenônemos relacionados a prolapso de valva mitral.
Outras manobras
- Incremento dos sopros originados nas câmaras direitas a inspiração e seu decréscimo durante a expiração.
Eventos acústicos
Bulhas: primeira bulha, é um complexo composto de cinco grupos de vibrações:
- vibrações de baixa freqüência e pequena intensidade, que ocorrem no inicio da fase sistólica, juntamente com o aumento da pressão intraventricular;
- três grupos de acidentes acústicos de media freqüência e de maior intensidade, que são responsáveis pelo caráter audível da primeira bulha;
- o ultimo grupo é inaldivel, de baixa freqüência e intensidade.
Teorias para explicar a gênese da primeira bulha
1) a valvar
2) a das condições hemodinâmicas do ventrículo esquerdo
3) oscilações audíveis são relacionadas as vibrações das valvas mitral e tricúspide
Resultado da dinâmica vigente no interior da câmara ventricular esquerda: são originados pela movimentação do sangue no interior do ventrículo esquerdo, ficando com as estruturas valvares sem produção de sons audíveis. Componentes:
o= contração da musculatura no inicio da sístole ventricular
a= causado pela tensão e aceleração das paredes ventriculares esquerdas, determinada pela contração isovolumétrica associada a desaceleração da massa sanguínea.
b= estaria relacionado à brusca aceleração da coluna líquida e desaceleração das estruturas cardíacas, logo após a abertura da valva aórtica;
c= originada pela vibração conjunta da via de saída do ventrículo esquerdo, das paredes da aorta e massa sanguínea;
d= resultado de vibrações na aorta, associadas a da massa de sangue nela contida;
Segunda bulha
No final da sístole ventricular há contínuo decréscimo das pressões intraventriculares. Assim, quando a pressão nos dois ventrículos cai abaixo da dos grandes vasos, o sangue retorna e ocupa os orifícios aórtico e pulmonar, e as cúspides semilunares adossam-se umas às outras, contrapondo-se bruscamente ao fluxo retrógrado. Produz-se, então, impacto da coluna sangüínea sobre as valvas já fechadas, com vibrações da coluna líquida e das estruturas subjacentes (aparelho valvar, vias de saída dos ventrículos e paredes vasculares), responsáveis pela segunda bulha.
Terceira bulha
A terceira bulha normal, observada habitualmente em crianças e adolescentes e raramente em adultos, é um ruído de baixa freqüência que ocorre entre a proto e a mesodiástole.
É atribuída a vibrações provocadas pelo fluxo sangüíneo, que entra no ventrículo, na fase inicial da diástole (fase de enchimento rápido). Brusca desaceleração da coluna líquida de encontro às paredes ventriculares ao final da fase de enchimento rápido é a causa de aparecimento desta bulha.
Quarta bulha
Podem ser encontradas em crianças e adlescentes normais.
Alterações das bulhas cardíacas
Primeira bulha
- normofonética
- hipofonética
- hiperfonética
Hipofonese
Nas lesões de fibra cardíaca, no aumento da cavidade ventricular esquerda.
Hiperfonese
Por aumento da contratibilidade ou diminuição da cavidade do VE (hipertireoidismo, taquicardia, febre, estenose mitral), por processos que acometam a valva aórtica e a artéria aorta, sobrecarga das camaras direitas.
Variações de intensidade Fibrilação atrial, BAVT
Desdobramento da primeira bulha
- amplos
- curtos
Segunda bulha
Timbre: metálico (alterações da lacínias aórticas e da porção inicial da aorta; esclerose e calcificação da valva, síndrome de Marfan).
Intensidade: normo hipo ou hiperfonética
Hipofonese: choque, estenose aórtica, estenose pulmonar.
Hiperfonese: hipertensão.
Terceira bulha
Sua presença dá-se em sobrecarga de enchimento ou comprometimento do miocárdio ventricular. Na primeira circunstancia, há exagero da aceleração e desaceleração do fluxo sanguíneo durante a fase de enchimento ventricular, propiciando seu aparecimento; na segunda, as condições de severo comprometimento das fibras miocárdicas são responsáveis pelo problema auscultatório em questão, demonstrando aumento de complacência e diminuição da elasticidade do miocárdio ventricular e conseqüente fase de enchimento rápido anormal.
Em casos de taquicardia, a terceira bulha, auscultada em sucessão a primeira e a segunda, podem lembrar o galopar de um cavalo: característico como “ritmo de galope”. Isto poderá indicar graves alterações hemodinâmicas e disfunção contrátil do miocárdio ventricular, com serias implicações prognosticas.
Quarta bulha
É também observada em crianças e adolescentes normais, embora com menor freqüência que a terceira. Entretanto, em grupos etários mais avançados, sugere a probabilidade de alteração da complacência ventricular ou de hiperfluxo provocado pela contração atrial. No primeiro ato a contração atrial processa-se mais energicamente que em condições normais, tentando vencer a resistência ventricular a seu esvaziamento e provocando maior aceleração e conseqüente desaceleração da coluna sanguínea na telediástole ocasionando o aparecimento da quarta bulha. Esta situação esta presente nos casos de hipertrofia da musculatura ventricular (estenoses subaórtica, aórtica e pulmonar, hipertensões arteriais sistêmicas e pulmonar), na angina do peito e infarto agudo do miocárdio.
Estalidos
São ruídos de elevada freqüência, de curta duração com sons estalantes.
Estalidos sistólicos
Podem ser únicos ou múltiplos e, de acordo com sua ocorrência na sístole, proto, meso ou telessistólicos. Os estalidos protossistólicos ou de ejeção são atualmente admitidos como simples acentuação do componente c da primeira bulha, e originam-se na via de saída dos ventrículos. Podem ser observados em indivíduos normais em condições que determinam hiperfluxo na fase inicial da ejeção ventricular (estados hipercinéticos), ou em portadores de lesões valvares aórticas e pulmonares (estenose aórtica, estenose pulmonar). Ocasionalmente, o estalido de ejeção aparece nas afecções dos grandes vasos da base (síndrome de Marfan, dilatação idiopática da artéria pulmonar, aterosclerose da aorta). Existe ainda a possibilidade de que sejam gerados por associação de hiperfluxo na fase inicial de ejeção com alterações da valvas sigmóides ou dos grandes vasos (HAS, HAP, insuficiência aórtica, insuficiência pulmonar). Os estalidos protossistólicos ocorrem com maior freqüência que os meso e telessistólicos e dão à primeira bulha a impressão esteto-acústica de desdobramento.
Os estalidos meso e telessistólicos, únicos ou múltiplos, são originados, em geral, pela tensão de aderências pericárdicas ou pleuropericárdicas resultantes de inflamação prévia desses folhetos. No prolapso da valva mitral, durante a sístole ventricular, há projeção do limbo das lacínias mitrais em direção ao átrio esquerdo após o fechamento valvar, com produção de estalidos meso ou telessistólicos únicos ou múltiplos. Em geral ausculta-se estalido meso ou telessistólico inicial, às vezes seguido de sopro sistólico de intensidade variável, determinado pela regurgitação mitral. Os estalidos e o sopro sistólico apresentam variações evidentes às manobras respiratórias, à passagem da posição de decúbito dorsal horizontal para as posições sentada ou ereta e durante a inalação contínua do nitrito de amilo. Admite-se que essas variações são indicativas do estado funcional do ventrículo esquerdo, havendo antecipação dos estalidos quando há menor "carga” ventricular, possivelmente, por redução do enchimento diastólico.
Estalidos diastólicos
Ocorrem somente na protodiástole e sua gênese está relacionada à abertura das valvas atrioventriculares. Por esta razão são conhecidos como estalidos de abertura mitral, cuja ocorrência é mais freqüente, e de abertura tricúspide, mais raro.
Os estalidos protodiastólicos são melhor audíveis na margem esquerda do esterno, fato que pode levar ao diagnóstico errôneo de desdobramento da segunda bulha, porque o examinador freqüentemente interpreta-o como componente pulmonar da mesma.
Os estalidos de abertura das valvas atrioventriculares, em raríssimas ocasiões, podem ser auscultados em indivíduos normais; sua ocorrência, porém, é mais freqüente nas estenoses mitral e tricúspide. Outras afecções, como a insuficiência mitral pura, persistência do canal arterial, comunicações interatrial e ventricular, devido ao hiperfluxo ao nível das valvas atrioventriculares podem apresentar também estalidos protodiastólicos de abertura. Sua gênese deve estar relacionada à desaceleração da massa sangüínea dentro do átrio esquerdo no princípio da fase de enchimento rápido ventricular.
Sopros
Normalmente o fluxo sangüíneo no interior do aparelho cardiovascular realiza-se de forma laminar, sem produzir ruídos. Contudo, em condições hemodinâmicas particulares, o fluxo passa de laminar a turbulento, originando-se ruídos denominados sopros.
Gênese dos sopros
Teorias para explicar o aparecimento dos sopros:
# Teoria da turbulência: passagem do fluxo laminar para turbulento.
"Número de Reynolds": NR = v.d.c
v: velocidade do fluxo
d: diâmetro do tubo
c: densidade
y: viscosidade do líquido.
O aumento da velocidade circulante do sangue, encontrado nas hipertermias, no hipertiroidismo ou nas taquicardias; de aumento do diâmetro do condutor, como nas dilatações pós-estenóticas e nos aneurismas; de diminuição da viscosidade sangüínea, presente em casos de anemia.
# Teoria dos rodamoinhos
# Teoria da cavitação
# Teoria das vibrações das estruturas
# Teoria do impacto do jato
# Teoria do mecanismo cardiopulmonar
# Teoria das estruturas musicais
Classificação dos sopros
-quanto à intensidade
Atribui-se aos sopros valores progressivos de uma a quatro cruzes, equivalentes aos graus de intensidade. Admite-se valor igual ou superior a três cruzes quando da presença de frêmito palpável e relacionado ao sopro.
-quanto à freqüência das vibrações
Útil quando se dispões da fonomecanocardiografia
-quanto ao timbre
protodiástole; mesossístole e mesodiástole; telessístole e telediástole. Assim os sopros podem ser: proto, meso ou tele - sistólicos ou diastólicos. Reservam-se os termos holossistólico e holodiastólico para a designação de sopros que ocupam totalmente uma dessas fases do ciclo cardíaco.
-quanto ao caráter morfológico
As impressões auditivas podem distinguir quatro tipos principais, confirmados por traçados gráficos (figura 2):
a) em crescendo, quando a intensidade aumenta progressivamente, do início ao fim do fenômeno;
b) em decrescendo, quando a intensidade diminui progressivamente, do princípio ao final do sopro;
c) em crescendo-decrescendo, isto é, em aumento progressivo de intensidade, até um máximo e redução paulatina. Sua representação gráfica exibe aspecto de losango; -- não musicais: constituem a maioria, representados por vibrações que não possuem harmônicas musicais.
-- musicais: mais raros, costumam ser comparados aos sons emitidos por alguns instrumentos musicais, dos quais derivam diversas denominações = "tipo corneta" (estenose aórtica calcificada); "tipo harpa" (comunicação interatrial ou interventricular); "tipo gaita"( insuficiência aórtica); "tipo violino" (atrito pericárdico); "tipo flauta" (estenose de estruturas vasculares); "tipo cuíca" (estenose aórtica calcificada); "tipo arrulhar de pombo" (insuficiência mitral); "tipo grasnar de gaivota" (estenose aórtica calcificada).
De acordo com a sensação auditiva determinada pelo timbre dos sopros, é comum descreverem-se diferentes variedades: sopros aspirativos, suaves, rudes, granulosos, em piado, em ruflar, estalantes e outros.
quanto à fase do ciclo cardíaco
- sistólicos: entre a primeira e a segunda bulhas;
- diastólicos: entre a segunda e a primeira bulhas;
- sistodiastólicos: quando se apresentam de maneira individualizada, ocupando a sístole e a diástole;
- contínuos: quando aparecem durante todo o ciclo cardíaco.
-quanto à duração
Dividindo-se cronologicamente a sístole e a diástole em três porções ideais e idênticas, haveria seis períodos: protossístole e protodiástole; mesosístole e mesodiástole; telesístole e telediástole.
d) em faixa ou banda, quando o sopro não muda de intensidade e seu registro exibe-se como faixa uniforme de vibrações.
-quanto à dependência de determinados fenômenos hemodinâmicos
Sopros sistólicos
1) Sopro sistólico "tipo regurgitação": surge no período de contração isovolumétrica dos ventrículos. Inicia-se ao término da primeira bulha, tornando-a mal identificável. Costuma ser encontrado em casos de insuficiência mitral ou tricúspide e na comunicação interventricular.
2) Sopro sistólico "tipo ejeção":
3) Sopro sistólico "tipo vascular":
Sopros diastólicos
1) Sopro diastólico "tipo sigmóideo":
2) Sopro diastólico "tipo atrioventricular":
3) Sopro diastólico "tipo atrial":
4) Sopro "tipo contínuo": é característico seu aspecto de sopro em grande crescendo e decrescendo, com pico de maior reforço correspondendo aos componentes da segunda bulha. É encontrado em portadores de persistência do canal arterial não hipertenso e fístulas arteriovenosas (coronarianas, pulmonares ou periféricas).
Atrito Pericárdico
O atrito pericárdico é um dos sinais mais importantes de pericardite aguda. Caracteriza-se por ser de freqüência mais alta que a maioria dos sopros, podendo ser audível em qualquer local do precórdio, mas principalmente na borda esternal inferior esquerda. Apresenta, geralmente, três componentes: pré-sistólico, correspondendo à sístole atrial; sistólico, relacionado à sístole ventricular; e diastólico, correspondente ao enchimento ventricular rápido. Um deles pode faltar, como nos casos de fibrilação atrial onde não se encontra o componente pré-sistólico. Às vezes algumas manobras o tornam mais audível como, por exemplo, a expiração e a posição sentada com o tórax inclinado para a frente. Pode ser evidenciado mesmo na presença de derrame, mas em geral desaparece ou é obscurecido, quando este se desenvolve.
Referências Bibliográficas:
Del Nero Jr E, Barretto ACP, Tranchesi J. Auscultação. In: Serro Azul LGCC, Pileggi FJC, Tranchesi J. Propedêutica cardiológica.
Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1977. p. 59- 77.
Copyright -2007 – Publi Saúde Ltda
“As informações fornecidas neste site são concebidas para melhorar, e não substituir a relação entre o paciente e o profissional médico”
Este artigo poderá ser utilizado na Internet desde que citado dessa forma: Material do portal www.publisaude.com.br Também deverá ser citado os autores e suas referências bibliográficas.
É importante que seja efetuada em local silencioso, com o paciente e o profissional em posições confortáveis.
Áreas de ausculta
- Tricúspide: na parte baixa do externo, junto à linha paraesternal esquerda;
- Mitral: onde se localiza, pela palpação, o choque da ponta;
- Aortica: no segundo espaço intercostal direito, junto ao externo;
- Pulmonar: no segundo espaço intercostal esquerdo, na margem external;
- Aórtica acessória: no terceiro espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno;
- Outras áreas: margem direita do esterno, o epigástrio, região axilar e cervical.
Mudanças de posição do paciente
- Lateralização de 45 graus à esquerda: fenônemos relacionados ao lado esquerdo e valva mitral.
- Flexão do tronco: melhora a auscultação dos eventos de origem aórtica e pulmonar;
- Sentado ou ereto: melhor ausculta dos fenônemos relacionados a prolapso de valva mitral.
Outras manobras
- Incremento dos sopros originados nas câmaras direitas a inspiração e seu decréscimo durante a expiração.
Eventos acústicos
Bulhas: primeira bulha, é um complexo composto de cinco grupos de vibrações:
- vibrações de baixa freqüência e pequena intensidade, que ocorrem no inicio da fase sistólica, juntamente com o aumento da pressão intraventricular;
- três grupos de acidentes acústicos de media freqüência e de maior intensidade, que são responsáveis pelo caráter audível da primeira bulha;
- o ultimo grupo é inaldivel, de baixa freqüência e intensidade.
Teorias para explicar a gênese da primeira bulha
1) a valvar
2) a das condições hemodinâmicas do ventrículo esquerdo
3) oscilações audíveis são relacionadas as vibrações das valvas mitral e tricúspide
Resultado da dinâmica vigente no interior da câmara ventricular esquerda: são originados pela movimentação do sangue no interior do ventrículo esquerdo, ficando com as estruturas valvares sem produção de sons audíveis. Componentes:
o= contração da musculatura no inicio da sístole ventricular
a= causado pela tensão e aceleração das paredes ventriculares esquerdas, determinada pela contração isovolumétrica associada a desaceleração da massa sanguínea.
b= estaria relacionado à brusca aceleração da coluna líquida e desaceleração das estruturas cardíacas, logo após a abertura da valva aórtica;
c= originada pela vibração conjunta da via de saída do ventrículo esquerdo, das paredes da aorta e massa sanguínea;
d= resultado de vibrações na aorta, associadas a da massa de sangue nela contida;
Segunda bulha
No final da sístole ventricular há contínuo decréscimo das pressões intraventriculares. Assim, quando a pressão nos dois ventrículos cai abaixo da dos grandes vasos, o sangue retorna e ocupa os orifícios aórtico e pulmonar, e as cúspides semilunares adossam-se umas às outras, contrapondo-se bruscamente ao fluxo retrógrado. Produz-se, então, impacto da coluna sangüínea sobre as valvas já fechadas, com vibrações da coluna líquida e das estruturas subjacentes (aparelho valvar, vias de saída dos ventrículos e paredes vasculares), responsáveis pela segunda bulha.
Terceira bulha
A terceira bulha normal, observada habitualmente em crianças e adolescentes e raramente em adultos, é um ruído de baixa freqüência que ocorre entre a proto e a mesodiástole.
É atribuída a vibrações provocadas pelo fluxo sangüíneo, que entra no ventrículo, na fase inicial da diástole (fase de enchimento rápido). Brusca desaceleração da coluna líquida de encontro às paredes ventriculares ao final da fase de enchimento rápido é a causa de aparecimento desta bulha.
Quarta bulha
Podem ser encontradas em crianças e adlescentes normais.
Alterações das bulhas cardíacas
Primeira bulha
- normofonética
- hipofonética
- hiperfonética
Hipofonese
Nas lesões de fibra cardíaca, no aumento da cavidade ventricular esquerda.
Hiperfonese
Por aumento da contratibilidade ou diminuição da cavidade do VE (hipertireoidismo, taquicardia, febre, estenose mitral), por processos que acometam a valva aórtica e a artéria aorta, sobrecarga das camaras direitas.
Variações de intensidade Fibrilação atrial, BAVT
Desdobramento da primeira bulha
- amplos
- curtos
Segunda bulha
Timbre: metálico (alterações da lacínias aórticas e da porção inicial da aorta; esclerose e calcificação da valva, síndrome de Marfan).
Intensidade: normo hipo ou hiperfonética
Hipofonese: choque, estenose aórtica, estenose pulmonar.
Hiperfonese: hipertensão.
Terceira bulha
Sua presença dá-se em sobrecarga de enchimento ou comprometimento do miocárdio ventricular. Na primeira circunstancia, há exagero da aceleração e desaceleração do fluxo sanguíneo durante a fase de enchimento ventricular, propiciando seu aparecimento; na segunda, as condições de severo comprometimento das fibras miocárdicas são responsáveis pelo problema auscultatório em questão, demonstrando aumento de complacência e diminuição da elasticidade do miocárdio ventricular e conseqüente fase de enchimento rápido anormal.
Em casos de taquicardia, a terceira bulha, auscultada em sucessão a primeira e a segunda, podem lembrar o galopar de um cavalo: característico como “ritmo de galope”. Isto poderá indicar graves alterações hemodinâmicas e disfunção contrátil do miocárdio ventricular, com serias implicações prognosticas.
Quarta bulha
É também observada em crianças e adolescentes normais, embora com menor freqüência que a terceira. Entretanto, em grupos etários mais avançados, sugere a probabilidade de alteração da complacência ventricular ou de hiperfluxo provocado pela contração atrial. No primeiro ato a contração atrial processa-se mais energicamente que em condições normais, tentando vencer a resistência ventricular a seu esvaziamento e provocando maior aceleração e conseqüente desaceleração da coluna sanguínea na telediástole ocasionando o aparecimento da quarta bulha. Esta situação esta presente nos casos de hipertrofia da musculatura ventricular (estenoses subaórtica, aórtica e pulmonar, hipertensões arteriais sistêmicas e pulmonar), na angina do peito e infarto agudo do miocárdio.
Estalidos
São ruídos de elevada freqüência, de curta duração com sons estalantes.
Estalidos sistólicos
Podem ser únicos ou múltiplos e, de acordo com sua ocorrência na sístole, proto, meso ou telessistólicos. Os estalidos protossistólicos ou de ejeção são atualmente admitidos como simples acentuação do componente c da primeira bulha, e originam-se na via de saída dos ventrículos. Podem ser observados em indivíduos normais em condições que determinam hiperfluxo na fase inicial da ejeção ventricular (estados hipercinéticos), ou em portadores de lesões valvares aórticas e pulmonares (estenose aórtica, estenose pulmonar). Ocasionalmente, o estalido de ejeção aparece nas afecções dos grandes vasos da base (síndrome de Marfan, dilatação idiopática da artéria pulmonar, aterosclerose da aorta). Existe ainda a possibilidade de que sejam gerados por associação de hiperfluxo na fase inicial de ejeção com alterações da valvas sigmóides ou dos grandes vasos (HAS, HAP, insuficiência aórtica, insuficiência pulmonar). Os estalidos protossistólicos ocorrem com maior freqüência que os meso e telessistólicos e dão à primeira bulha a impressão esteto-acústica de desdobramento.
Os estalidos meso e telessistólicos, únicos ou múltiplos, são originados, em geral, pela tensão de aderências pericárdicas ou pleuropericárdicas resultantes de inflamação prévia desses folhetos. No prolapso da valva mitral, durante a sístole ventricular, há projeção do limbo das lacínias mitrais em direção ao átrio esquerdo após o fechamento valvar, com produção de estalidos meso ou telessistólicos únicos ou múltiplos. Em geral ausculta-se estalido meso ou telessistólico inicial, às vezes seguido de sopro sistólico de intensidade variável, determinado pela regurgitação mitral. Os estalidos e o sopro sistólico apresentam variações evidentes às manobras respiratórias, à passagem da posição de decúbito dorsal horizontal para as posições sentada ou ereta e durante a inalação contínua do nitrito de amilo. Admite-se que essas variações são indicativas do estado funcional do ventrículo esquerdo, havendo antecipação dos estalidos quando há menor "carga” ventricular, possivelmente, por redução do enchimento diastólico.
Estalidos diastólicos
Ocorrem somente na protodiástole e sua gênese está relacionada à abertura das valvas atrioventriculares. Por esta razão são conhecidos como estalidos de abertura mitral, cuja ocorrência é mais freqüente, e de abertura tricúspide, mais raro.
Os estalidos protodiastólicos são melhor audíveis na margem esquerda do esterno, fato que pode levar ao diagnóstico errôneo de desdobramento da segunda bulha, porque o examinador freqüentemente interpreta-o como componente pulmonar da mesma.
Os estalidos de abertura das valvas atrioventriculares, em raríssimas ocasiões, podem ser auscultados em indivíduos normais; sua ocorrência, porém, é mais freqüente nas estenoses mitral e tricúspide. Outras afecções, como a insuficiência mitral pura, persistência do canal arterial, comunicações interatrial e ventricular, devido ao hiperfluxo ao nível das valvas atrioventriculares podem apresentar também estalidos protodiastólicos de abertura. Sua gênese deve estar relacionada à desaceleração da massa sangüínea dentro do átrio esquerdo no princípio da fase de enchimento rápido ventricular.
Sopros
Normalmente o fluxo sangüíneo no interior do aparelho cardiovascular realiza-se de forma laminar, sem produzir ruídos. Contudo, em condições hemodinâmicas particulares, o fluxo passa de laminar a turbulento, originando-se ruídos denominados sopros.
Gênese dos sopros
Teorias para explicar o aparecimento dos sopros:
# Teoria da turbulência: passagem do fluxo laminar para turbulento.
"Número de Reynolds": NR = v.d.c
v: velocidade do fluxo
d: diâmetro do tubo
c: densidade
y: viscosidade do líquido.
O aumento da velocidade circulante do sangue, encontrado nas hipertermias, no hipertiroidismo ou nas taquicardias; de aumento do diâmetro do condutor, como nas dilatações pós-estenóticas e nos aneurismas; de diminuição da viscosidade sangüínea, presente em casos de anemia.
# Teoria dos rodamoinhos
# Teoria da cavitação
# Teoria das vibrações das estruturas
# Teoria do impacto do jato
# Teoria do mecanismo cardiopulmonar
# Teoria das estruturas musicais
Classificação dos sopros
-quanto à intensidade
Atribui-se aos sopros valores progressivos de uma a quatro cruzes, equivalentes aos graus de intensidade. Admite-se valor igual ou superior a três cruzes quando da presença de frêmito palpável e relacionado ao sopro.
-quanto à freqüência das vibrações
Útil quando se dispões da fonomecanocardiografia
-quanto ao timbre
protodiástole; mesossístole e mesodiástole; telessístole e telediástole. Assim os sopros podem ser: proto, meso ou tele - sistólicos ou diastólicos. Reservam-se os termos holossistólico e holodiastólico para a designação de sopros que ocupam totalmente uma dessas fases do ciclo cardíaco.
-quanto ao caráter morfológico
As impressões auditivas podem distinguir quatro tipos principais, confirmados por traçados gráficos (figura 2):
a) em crescendo, quando a intensidade aumenta progressivamente, do início ao fim do fenômeno;
b) em decrescendo, quando a intensidade diminui progressivamente, do princípio ao final do sopro;
c) em crescendo-decrescendo, isto é, em aumento progressivo de intensidade, até um máximo e redução paulatina. Sua representação gráfica exibe aspecto de losango; -- não musicais: constituem a maioria, representados por vibrações que não possuem harmônicas musicais.
-- musicais: mais raros, costumam ser comparados aos sons emitidos por alguns instrumentos musicais, dos quais derivam diversas denominações = "tipo corneta" (estenose aórtica calcificada); "tipo harpa" (comunicação interatrial ou interventricular); "tipo gaita"( insuficiência aórtica); "tipo violino" (atrito pericárdico); "tipo flauta" (estenose de estruturas vasculares); "tipo cuíca" (estenose aórtica calcificada); "tipo arrulhar de pombo" (insuficiência mitral); "tipo grasnar de gaivota" (estenose aórtica calcificada).
De acordo com a sensação auditiva determinada pelo timbre dos sopros, é comum descreverem-se diferentes variedades: sopros aspirativos, suaves, rudes, granulosos, em piado, em ruflar, estalantes e outros.
quanto à fase do ciclo cardíaco
- sistólicos: entre a primeira e a segunda bulhas;
- diastólicos: entre a segunda e a primeira bulhas;
- sistodiastólicos: quando se apresentam de maneira individualizada, ocupando a sístole e a diástole;
- contínuos: quando aparecem durante todo o ciclo cardíaco.
-quanto à duração
Dividindo-se cronologicamente a sístole e a diástole em três porções ideais e idênticas, haveria seis períodos: protossístole e protodiástole; mesosístole e mesodiástole; telesístole e telediástole.
d) em faixa ou banda, quando o sopro não muda de intensidade e seu registro exibe-se como faixa uniforme de vibrações.
-quanto à dependência de determinados fenômenos hemodinâmicos
Sopros sistólicos
1) Sopro sistólico "tipo regurgitação": surge no período de contração isovolumétrica dos ventrículos. Inicia-se ao término da primeira bulha, tornando-a mal identificável. Costuma ser encontrado em casos de insuficiência mitral ou tricúspide e na comunicação interventricular.
2) Sopro sistólico "tipo ejeção":
3) Sopro sistólico "tipo vascular":
Sopros diastólicos
1) Sopro diastólico "tipo sigmóideo":
2) Sopro diastólico "tipo atrioventricular":
3) Sopro diastólico "tipo atrial":
4) Sopro "tipo contínuo": é característico seu aspecto de sopro em grande crescendo e decrescendo, com pico de maior reforço correspondendo aos componentes da segunda bulha. É encontrado em portadores de persistência do canal arterial não hipertenso e fístulas arteriovenosas (coronarianas, pulmonares ou periféricas).
Atrito Pericárdico
O atrito pericárdico é um dos sinais mais importantes de pericardite aguda. Caracteriza-se por ser de freqüência mais alta que a maioria dos sopros, podendo ser audível em qualquer local do precórdio, mas principalmente na borda esternal inferior esquerda. Apresenta, geralmente, três componentes: pré-sistólico, correspondendo à sístole atrial; sistólico, relacionado à sístole ventricular; e diastólico, correspondente ao enchimento ventricular rápido. Um deles pode faltar, como nos casos de fibrilação atrial onde não se encontra o componente pré-sistólico. Às vezes algumas manobras o tornam mais audível como, por exemplo, a expiração e a posição sentada com o tórax inclinado para a frente. Pode ser evidenciado mesmo na presença de derrame, mas em geral desaparece ou é obscurecido, quando este se desenvolve.
Referências Bibliográficas:
Del Nero Jr E, Barretto ACP, Tranchesi J. Auscultação. In: Serro Azul LGCC, Pileggi FJC, Tranchesi J. Propedêutica cardiológica.
Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1977. p. 59- 77.
Copyright -2007 – Publi Saúde Ltda
“As informações fornecidas neste site são concebidas para melhorar, e não substituir a relação entre o paciente e o profissional médico”
Este artigo poderá ser utilizado na Internet desde que citado dessa forma: Material do portal www.publisaude.com.br Também deverá ser citado os autores e suas referências bibliográficas.
Reanimação cardio respiratória
Procedimentos e técnicas para o suporte avançado de vida
- Diagnóstico
- Monitoração
- Disposição e manutenção de via venosa
- Drogas
- Desfibrilação (se indicada)
- Determinar a ressussitabilidade (prognóstico)
- Dedicar-se à terapia intensiva
- Diminuir o dano cerebral, se ocorrer
Diagnóstico da Parada Cardíaca
Definição: classificada como a cessação brusca da circulação sistêmica no paciente que não sofre de doença crônica irreversível, neste caso, por questões diversas, não proceder.
Diagnóstico: único e exclusivamente por ausência de pulso periférico palpável (não utilizar estetoscópio).
Clinicamente, a parada cardíaca pode ocorrer por quatro características: fibrilação ventricular, assistolia, taquicardia ventricular sem pulso palpável e dissociação eletromecânica. Mesmo que o paciente esteja monitorado, o diagnóstico é confirmado pela verificação da ausência de pulso.
Parada Cardíaca
Instantaneamente o paciente perde a consciência em 15 segundos. Dilatação pupilar máxima entre 30 e 60 segundos. Após 5 minutos sem circulação pode ocorrer síndromes pós-reanimação:
Edema
Dano cerebral, geralmente redundando em morte cerebral.
Procedimentos Clínicos
Insuflação dos pulmões do paciente com Ambu
Ar enriquecido com oxigênio.
Colocar cânula orofaríngea.
Acesse as vias venosas o mais rápido possível.
Desfibrilação em caso de fibrilação ventricular:
Neste caso, o tratamento mais efetivo é a desfibrilação elétrica. Para boa efetividade do procedimento, deverá ser feita com o nível de energia apropriado, e também a rapidez de aplicação, quanto mais rápida, melhor o êxito. Um fator que torna a desfibrilação mais complicada é a temperatura ventricular baixa.
Características do desfibrilador
O aparelho está desempenhado para dar impulsos elétricos no tórax pelos seus eletrodos. A energia poderá vir da fonte elétrica ou através de uma bateria. Quando os botões são ativados, a energia se propaga em até 30 milissegundos. O nível de energia é medido em joules.
Técnicas
Desfibrilação externa transtorácica
primeira desfibrilação - 200 joules segunda desfibrilação - 280 joules terceira e subseqüentes desfibrilações - 360 joules
Desfibrilação interna (direta) em adultos
desfibrilação inicial - 5 joules desfibrilações subseqüentes: aumentar progressivamente até 50 joules
Desfibrilação externa em crianças
primeira desfibrilação - 2 joules/kg desfibrilações subseqüentes - 4 joules/kg
Desfibrilação interna (direta) em crianças
primeira desfibrilação: usar o nível de energia mais baixo que for possível desfibrilaçoes subseqüentes - 3 a 10 joules
Drogas
Após o inicio do A B C da reanimação, as primeiras medidas são de intubar o paciente, administrar oxigênio, obter via venosa para administração de drogas. Indicamos algumas drogas que são utilizadas de acordo com a experiência de cada médico, administrando com a desfibrilação.
Epinefrina
Deve ser utilizada sempre em casos de assistolia e dissociação eletromecânica, e quando não obtiver respostas as primeiras três desfibrilações, em se tratando de fibrilação ventricular.
Atropina
É utilizada em situações de parada cardíaca, a única indicação é no caso de assistolia, quando não houver resposta a epinefrina.
Cloreto de cálcio
Quando houver parada cardíaca (assistolia e dissociação eletromecânica) e esta estiver associada ao seguinte:
Hiperpotassemia
Hipermagnesiemia
Hipocalsemia severa
Toxicidade com bloqueadores de cálcio
Lidocaína
É utilizada em parada cardíaca, em casos de fibrilação ventricular resistente a desfibrilação elétrica.
Tonsilato de bretílio
O bretílio tem propriedades adrenérgicas pós glanglionares. Eleva o limiar de fibrilação ventricular e prolonga a duração do potencial de ação e o período refratário das fibras de Purkinje. A ação do bretílio se deve, ao efeito sobre as terminações nervosas adrenérgicas, mais do que uma ação direta da membrana celular.
A droga é recomendada quando não há resposta com o uso de lidocaína e desfibrilação elétrica. Também é indicado quando ocorre A fibrilação ventricular com o uso de lidocaína.
Bicarbonato de sódio
Não é recomendado administrar bicarbonato de sódio inicialmente a parada cardíaca e considerar seu uso unicamente se não houver resposta à desfibrilação e as intervenções farmacológicas em fibrilação ventricular, assistolia e dissociação eletromecânica.
Referências bibliográficas:
John Cook Lane
Professor Titular de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP. Chefe do Departamento de Cirurgia do Centro Médico de Campinas.
Ramiro Albarran-Soleto
Presidente do International Task Force da American Heat Association
Copyright -2007 – Publi Saúde Ltda
“As informações fornecidas neste site são concebidas para melhorar, e não substituir a relação entre o paciente e o profissional médico”
Este artigo poderá ser utilizado na Internet desde que citado dessa forma: Material do portal www.publisaude.com.br Também deverá ser citado os autores e suas referências bibliográficas.
- Diagnóstico
- Monitoração
- Disposição e manutenção de via venosa
- Drogas
- Desfibrilação (se indicada)
- Determinar a ressussitabilidade (prognóstico)
- Dedicar-se à terapia intensiva
- Diminuir o dano cerebral, se ocorrer
Diagnóstico da Parada Cardíaca
Definição: classificada como a cessação brusca da circulação sistêmica no paciente que não sofre de doença crônica irreversível, neste caso, por questões diversas, não proceder.
Diagnóstico: único e exclusivamente por ausência de pulso periférico palpável (não utilizar estetoscópio).
Clinicamente, a parada cardíaca pode ocorrer por quatro características: fibrilação ventricular, assistolia, taquicardia ventricular sem pulso palpável e dissociação eletromecânica. Mesmo que o paciente esteja monitorado, o diagnóstico é confirmado pela verificação da ausência de pulso.
Parada Cardíaca
Instantaneamente o paciente perde a consciência em 15 segundos. Dilatação pupilar máxima entre 30 e 60 segundos. Após 5 minutos sem circulação pode ocorrer síndromes pós-reanimação:
Edema
Dano cerebral, geralmente redundando em morte cerebral.
Procedimentos Clínicos
Insuflação dos pulmões do paciente com Ambu
Ar enriquecido com oxigênio.
Colocar cânula orofaríngea.
Acesse as vias venosas o mais rápido possível.
Desfibrilação em caso de fibrilação ventricular:
Neste caso, o tratamento mais efetivo é a desfibrilação elétrica. Para boa efetividade do procedimento, deverá ser feita com o nível de energia apropriado, e também a rapidez de aplicação, quanto mais rápida, melhor o êxito. Um fator que torna a desfibrilação mais complicada é a temperatura ventricular baixa.
Características do desfibrilador
O aparelho está desempenhado para dar impulsos elétricos no tórax pelos seus eletrodos. A energia poderá vir da fonte elétrica ou através de uma bateria. Quando os botões são ativados, a energia se propaga em até 30 milissegundos. O nível de energia é medido em joules.
Técnicas
Desfibrilação externa transtorácica
primeira desfibrilação - 200 joules segunda desfibrilação - 280 joules terceira e subseqüentes desfibrilações - 360 joules
Desfibrilação interna (direta) em adultos
desfibrilação inicial - 5 joules desfibrilações subseqüentes: aumentar progressivamente até 50 joules
Desfibrilação externa em crianças
primeira desfibrilação - 2 joules/kg desfibrilações subseqüentes - 4 joules/kg
Desfibrilação interna (direta) em crianças
primeira desfibrilação: usar o nível de energia mais baixo que for possível desfibrilaçoes subseqüentes - 3 a 10 joules
Drogas
Após o inicio do A B C da reanimação, as primeiras medidas são de intubar o paciente, administrar oxigênio, obter via venosa para administração de drogas. Indicamos algumas drogas que são utilizadas de acordo com a experiência de cada médico, administrando com a desfibrilação.
Epinefrina
Deve ser utilizada sempre em casos de assistolia e dissociação eletromecânica, e quando não obtiver respostas as primeiras três desfibrilações, em se tratando de fibrilação ventricular.
Atropina
É utilizada em situações de parada cardíaca, a única indicação é no caso de assistolia, quando não houver resposta a epinefrina.
Cloreto de cálcio
Quando houver parada cardíaca (assistolia e dissociação eletromecânica) e esta estiver associada ao seguinte:
Hiperpotassemia
Hipermagnesiemia
Hipocalsemia severa
Toxicidade com bloqueadores de cálcio
Lidocaína
É utilizada em parada cardíaca, em casos de fibrilação ventricular resistente a desfibrilação elétrica.
Tonsilato de bretílio
O bretílio tem propriedades adrenérgicas pós glanglionares. Eleva o limiar de fibrilação ventricular e prolonga a duração do potencial de ação e o período refratário das fibras de Purkinje. A ação do bretílio se deve, ao efeito sobre as terminações nervosas adrenérgicas, mais do que uma ação direta da membrana celular.
A droga é recomendada quando não há resposta com o uso de lidocaína e desfibrilação elétrica. Também é indicado quando ocorre A fibrilação ventricular com o uso de lidocaína.
Bicarbonato de sódio
Não é recomendado administrar bicarbonato de sódio inicialmente a parada cardíaca e considerar seu uso unicamente se não houver resposta à desfibrilação e as intervenções farmacológicas em fibrilação ventricular, assistolia e dissociação eletromecânica.
Referências bibliográficas:
John Cook Lane
Professor Titular de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP. Chefe do Departamento de Cirurgia do Centro Médico de Campinas.
Ramiro Albarran-Soleto
Presidente do International Task Force da American Heat Association
Copyright -2007 – Publi Saúde Ltda
“As informações fornecidas neste site são concebidas para melhorar, e não substituir a relação entre o paciente e o profissional médico”
Este artigo poderá ser utilizado na Internet desde que citado dessa forma: Material do portal www.publisaude.com.br Também deverá ser citado os autores e suas referências bibliográficas.
domingo, 26 de julho de 2009
Feridas
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO
ANATOMIA DA PELE
A PELE É COMPOSTA DE 3 CAMADAS: Camada intermediária Tb. Conhecida como cório ou pele verdadeira Composta de 2 estratos: 2 DERME Papilar (mais próximo a epiderme) reticular Espessura (varia com a localização) Compõe-se de céls. de tec. Conjuntivo (histiócitos, fibroblastos, mastócitos e as fibras colágenas, reticulares e elásticas) Fibras nervosas, pêlos, glândulas sudoríparas e sebáceas Compõe-se de fibras de tecidos conjuntivos, que sustentam o tecido adiposo É atravessada por vasos sanguíneos mais calibrosos Ocorre o metabolismo dos carboidratos e a lipogênese É uma camada de ligação e isolante do frio e calor exacerbados 3 TECIDO ADIPOSO SUBCUTÂNEO A PELE É COMPOSTA DE 3 CAMADAS: 1 FASE INFLAMATÓRIA Fase trombocítica Fase glanulocítica Fase macrofásica A FASE TROMBOCÍTICA Agregação plaquetária (trombo) Ativação da cascata de coagulação Céls. mais atuantes são os trombócitos e os eritrócitos Plaquetas aderem ao colágeno Trombócitos liberam mediadores vasoativos + fatores quimiotáticos + fatores plaquetários É detonada a cascata da coagulação (fibrinogênio-fibrina) Trombo + eritrócitos formam uma ponte B FASE GRANULOCÍTICA Debridamento da ferida Defesa contra infecção Principais cels. são os granulócitos (neutrófilos) Granulócitos atraídos por fatores quimiotáticos migramatravés da ponte Liberam enzimas proteolíticas (colagenase, elastase e hidrolase ácida) Decompõe tecido necrótico e substâncias compostas por colágeno e proteoglicans Fagocitam bactérias e sujidade Esse processo de limpeza leva a formação de pus C FASE MACROFÁGICA Hemostasia, vasodilatação dos vasos íntegros, atração de céls. de defesa (trombócitos, eritrócitos, neutrófilos e macrófagos), limpeza e proteção, ativação do processo cicatricial Sinais clínicos: Hiperemia, calor, edema e dor 2 FASE PROLIFERATIVA(Fibroblástica ou de Glanulação) Principais funções (angiogênese, síntesede colágeno e proliferação, contração eepitelização) Macrófagos, fibroblastos, céls. endoteliais e os queratinócitos Principal característica é a formação de um tecido novo, vermelho vivo, de aspecto granuloso (brotos capilares), composto de capilares, colágeno e proteoglicans 3 FASE DE MATURAÇÃO (Reparadora ou Remodeladora) É a última e mais prolongada fase de cicatrização Principais funções: Deposição de colágeno na ferida Diminuição da capilarização Migração e mitose das células basais Equilíbrio da produção de colagenase pelas céls. inflamatórias, céls. endoteliais, fibroblastos e queratinócitos 3 FASE DE MATURAÇÃO (Reparadora ou Remodeladora) Surgem os miofibroblastos, responsáveis pela contração da ferida A força tensional da cicatriz é determinada pela velocidade, qualidade e quantidade total da deposição de colágeno Nesta fase a cicatriz torna-se mais plana e macia Podem ocorrer defeitos cicatriciais como quelóides, cicatrizes hipertróficas ou muito finas e friáveis e hipercromias AVALIANDO A FERIDA Qual o tamanho ? Qual a localização ? Há quanto tempo existe ? É infectada ou colonizada ? Qual é o agente infectante ? Necessita debridamento ? De que tipo ? Que curativo usar ? Está em qual fase da cicatrização ? Como está a pele ao redor ? Tem odor ? Tem exsudato ? AVALIANDO A FERIDA TECIDO DE GRANULAÇÃO SADIO : CARACTERÍSTICAS DOTECIDO DE GRANULAÇÃO Vermelho vivo Brilhante Não sangra facilmente ou muito pouco TIPOS DE CICATRIZAÇÃO Mínimo de perda tecidual Resposta inflamatória rápida Reduz incidência de complicações Bordos regulares unidos por suturas Cicatriz com menor índice de defeitos CICATRIZAÇÃO PRIMÁRIA TIPOS DE CICATRIZAÇÃO É consequência de complicações Grande perda tecidual Período cicatricial mais prolongado devido a resposta inflamatória intensa Maior incidência de defeitos cicatriciais(cicatriz hipertrófica, quelóide) CICATRIZAÇÃO SECUNDÁRIA FATORES ADVERSOS À CICATRIZAÇÃO Má nutrição Doenças crônicas Insuficiência do sistema imunológico Má perfusão tecidual Idade avançada Terapia medicamentosa FATORES SISTÊMICOS Subdividem-se em Fatores Sistêmicos e Fatores Locais FATORES ADVERSOS À CICATRIZAÇÃO Infecção Isquemia Necrose Corpos estranhos / crosta Agentes irritantes Lesão muito extensa FATORES LOCAIS AVALIANDO A FERIDA TECIDO DE GRANULAÇÃO DOENTE : CARACTERÍSTICAS DOTECIDO DE GRANULAÇÃO Vermelho escuro Sem brilho ou ressecado Sangra com abundância AVALIANDO A FERIDA DIFICULDADES NA IDENTIFICAÇÃO DE FERIDASINFECTADAS Os sintomas de inflamação da fase inicial podemser confundidos com sintomas de infecção Doentes imunossupressos podem não apresentar sintomas clássicos de inflamação ou sequer de infecção Uma ferida que não cicatriza pode ser o único sintoma da presença de infecção AVALIANDO A FERIDA DIFICULDADES NA IDENTIFICAÇÃO DE FERIDASINFECTADAS Algumas infecções são silenciosas, com sintomatologia atípica Má interpretação ou desprezo de resultados microbiológicos Desvalorizar ou super-valorizar presença ou ausência de alguns sinais como exsudato purulento AVALIAÇÃO DO ESTADO DA FERIDA Mensuração Extensão do tecido envolvido Presença de espaço morto Localização anatômica Tipo de tecido no leito da ferida Cor da ferida Exsudato Borda da ferida Infecção 1) MENSURAÇÃO Medida Linear (comprimento e largura) Decalque (acetato) Fotografia BIDIMENSIONAL Manual Computadorizada PLANIMETRIA Medida Linear (comp X largura X profundidade) Molde (volume) Curativos de espuma Instilação TRIDIMENSIONAL 2) EXTENSÃO DO TECIDO ENVOLVIDO Estruturas envolvidas Estadiamento Porque e para que ? 3) ESPAÇOS MORTOS Deslocamento Sinus Fístulas 4) LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA Documentação Potencial de contaminação 5) TIPO DE TECIDO NO LEITO DA FERIDA Tecidos viáveis: ? Granulação e epitelização Tecidos inviáveis: ? Fibrina desvitalizada, tecidos necróticos 6) COR DO TECIDO Granulação: ? Rosa, vermelho pálido, vermelho vivo Fibrina: ? Amarelo, marrom Necrose:? Cinza, marrom, negra (red ? yellow ? black) 7) EXSUDATO Volume Odor Cor Consistência Pode ser: seroso, serosanguinolento, sanguinolento e purulento 8) BORDAS Epitelização Necrose Isquemia Macerada Irregular Infecção Colonização Contaminação 9) INFECÇÃO: 105 UFC/grama tecido Swab Aspiração Biópsia Sinais clínicos de infecção: dor, calor, hiperemia, mudança na cor do exsudato, odor CULTURA : FERIDAS E SUASCLASSIFICAÇÕES Enfã Adeana Pinheiro Especialista em Cl. Cirúrgica Classificação dasFeridas Operatórias Limpas Limpas / Contaminadas Contaminadas Sujas / Infectadas Feridas Operatórias Se dividem em: INCISIVAS Quando não há perda detecido. EXCISIVAS Quando ocorre a remoçãode uma área da pele. Feridas Limpas Não há evidência de infecção Condições assépticas Drenagem de sucção fechada usada seletivamente Cicatrização por primeira intenção Risco de infecção pós-operatória 1 2% Feridas Limpas / Contaminadas Não há evidência de infecção Condições assépticas Risco de infecção pós-operatória 7 8% Feridas Contaminadas Grande desvio na técnica estéril procedimentos cirúrgicos de emergência Grande derramamento de fluido do trato gastroin-testinal Inflamação não purulenta Lesão traumática exposta Risco de infecção pós-operatória 15 20% Presença de ferida traumática, com retenção de tecidos desativados Fechamento por primeira intenção retardado, com drenagem purulenta conhecida Infecção clínica já existente Risco de infecção pós-operatória 50% Feridas Sujas / Infectadas CURATIVO IDEAL Mantém Alta Umidade Nada de curativos secos em feridasabertas. Não há necessidade de secarferidas abertas, somente a pele aoredor dela. Remove o Excesso de Exsudação O curativo deve ter um pouco deabsorvência. Pode ser necessáriofornecer um segundo chumaço. Isolador Térmico As feridas não devem ser limpas comloções frias. Os curativos não devempermanecer removidos por longosperíodos de tempo (isso tambémpermite que a ferida seque). Impermeável a Bactérias As faixas devem ser aplicadas como umamoldura de quadro. Se ocorrer umaempapação, deve-se utilizar um chumaçoabsorvente no topo ou trocar o curativo. Isento de Partículas e Tóxicos Contaminadores de Feridas Não se deve usar lã de algodão ouqualquer gaze desfiada. Os chumaçosabsorventes não devem ser cortados pois irão desfiar. Retirado sem Trauma Nada de curativos secos em feridasabertas. É preferível irrigá-las aesfregá-las. Permite a Troca de Gases Não há implicações comprovadasna área de enfermagem. MÉTODO AUTOLÍTICO Coberturas utilizadas para autólise Tipos de Curativo A HIDROGEL Composição: Carboximetilcelulose + Propilenoglicol + água (70 à 90%) Ação: Debridamento autolítico / remover crostas e tecidos desvitalizados em feridas abertas Forma de apresentação: Amorfo e placa B HIDROCOLÓIDE Composição: Carboximetilcelulose + gelatina + pectina Forma de apresentação: Amorfo e placa Ação: É hidrofílico, absorve o exsudato da ferida, formando um gel viscoso e coloidal que irá manter a umidade na interface da ferida MÉTODO ENZIMÁTICO Coberturas Utilizadas C PAPAÍNA Composição: Enzima proteolítica. São encontradasnas folhas, caules e frutos da planta Carica Papaya Forma de apresentação: Pó, gel e pasta Atuação: Desbridante (enzimático) não traumática / anti-inflamatória / bactericida / estimula a força tênsil das cicatrizes pH ótimo de 3-12 atua apenas em tecidos lesados, devido a anti-protease plasmática (alfa anti-tripsina) Observações: Diluições: 10% para necrose 4 à 6% para exsudato purulento e 2% para uso em tecido de granulação cuidados no armazenamento (fotossensível) e substâncias oxidantes (ferro/iodo/oxigênio) manter em geladeira Tipos de Curativo D COLAGENASE Composição: Enzima proteolítica Forma de apresentação: Pomada Ação: Age seletivamente degradando o colágeno inativo da ferida debridamento enzimático suave e não invasivo atua em pH 6-8 inativado em presença de iodo e de íons pesados como prata e mercúrio Observações: Controvérsias quanto a ação estimuladora da granulação e epitelização Tipos de Curativo E FIBRINOLISINA Composição: Fibrinolisina (plasma bovino) e desoxorribonuclease (pâncreas bovino) Forma de apresentação: Pomada Ação: Através da dissolução do exsudato e dos tecidos necróticos, pela ação lítica da fibrinolisina e do ácido desoxorribonucleico e da enzima desoxorribonuclease Observações: Monitorar a sensibilidade do paciente Tipos de Curativo MÉTODO OSMÓTICO Coberturas Utilizadas F ALGINATO DE CÁLCIO E SÓDIO Composição: 80 % íon cálcio + 20 % íon sódio + ácidos gulurônico e manurônico (derivados de algas marinhas) Forma de apresentação: Cordão e placa Ação: Hemostasia / Debridamento Osmótico / Grande absorção exsudato / Umidade (formação de gel) Tipos de Curativo G AÇÚCAR Composição: Sacarose Forma de apresentação: Em grânulos Ação: Efeito bactericida, proporcionado pelo efeito osmótico, na membrana e parede celular bacteriana Observação: É necessário troca de 2/2 horas para manter a sua ação feridas com necrose de coagulação, queimaduras, pacientes obesos, desnutridos e com idade avançada Tipos de Curativo Outros Tipos de Coberturas H FILMES TRANSPARENTES Composição: Filme de Poliuretano, aderente (adesivo), transparente, elástico e semi-permeável Ação: Umidade / Permeabilidade Seletiva / Impermeável a Fluidos Observação: Pode ser utilizado como cobertura secundária. Trocar até 7 dias Tipos de Curativo I HIDROPOLÍMERO (Tiele / Tiele Plus) Composição: Almofada de espuma composta de camadas sobrepostas de não tecido e revestida por poliuretano Indicação: Feridas abertas não infectadas com baixa ou moderada exsudação Contra-indicação: Feridas infectadas e com grande quantidade de exsudato Observação: Uso de talco para aumentar poder de adesividade Tipos de Curativo J GAZE DE ACETATO IMPREGNADACOM PETROLATUM (ADAPTIC) Composição: Tela de acetato de celulose, impregnada com emulsão de petrolatum, hidrossolúvel Ação: Proporciona a não aderência da ferida Indicação: Áreas doadoras e receptadoras de enxerto, abrasões e lacerações Contra-indicação: Alergia Tipos de Curativo K CARVÃO ATIVADO E PRATA Composição: Carvão ativado com prata à 0,15%, envolto por não tecido de nylon poroso, selado nas quatro bordas Ação: Absorve exsudato / Absorve os micro-organismos / Filtra odor / Bactericida (prata) Indicação: Feridas infectadas e exsudativas Contra-indicação: Feridas limpas com baixo exsudato e em presença de osso e tendão Observação: Não pode ser cortado Tipos de Curativo L ÁCIDO GRAXO ESSENCIAL (AGE) Composição: Óleo vegetal composto por ácidos linoleico, caprílico, cáprico, vitaminas A, E e lecitina de soja Ação: Quimiotaxia Leucocitária / Angiogênese / Umidade / Bactericida Indicação: Prevenção e tratamento de úlceras / Tratamento de feridas abertas Contra-indicação: Alergia Observação: Pode ser associado a outras coberturas Tipos de Curativo Antissépticos 1 PRODUTOS DERIVADOS DO IODO Composição: Polivinil-pirrolidona-iodo (PVPI) Ação: Penetra na parede celular alterando a síntese do ácido nucleico, através da oxidação Indicação: Antissepsia de pele e mucosas peri-cateteres Contra-indicação: Feridas abertas de qualquer etiologia Observações: É neutralizado na presença de matéria orgânica / Em lesões abertas altera o processo de cicatrização (citotóxico para fibroblasto, macrófago e neutrófilo) e reduz a força tensil do tecido 2 CLOREXIDINA Composição: Di-gluconato de clorexidina Ação: Atividade germicida por destruição de membrana citoplasmática bacteriana Indicação: Antissepsia de pele e mucosa peri-cateter Contra-indicação: Feridas abertas de qualquer etiologia Observações: A atividade germicida se mantém mesmo na presença de matéria orgânica / Citotóxico / Reduz a força tensil tecidual 3 PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO(ÁGUA OXIGENADA) Composição: Peróxido de hidrogênio à 3% Ação: Bactericida limitado Indicação: Não existe para ferida Contra-indicação: Inapropriado para uso como antisséptico Observações: Citotóxico / Colapso da ferida por formação de bolhas de ar
Retirado do site:http://www.ebah.com.br/feridas-ppt-a5606.html
Adeana Pinheiro cursa Enfermagem na UEPA - Universidade do Estado do Pará em PA
quarta-feira, 6 de maio de 2009
CURSO ÊXITO
- Turma de exercícios para o concurso de Oficial da Marinha, Hospital da Polícia Militar, Pedro Ernesto, Antônio Pedro, São Gonçalo e Residências
Não Perca esta oportunidade, conseguimos excelentes aprovações com esta proposta só de exercícios, são em torno de 100 - 200 questões por aula
Cronograma:
8 encontros de Médico - Cirúrgico, 2 Materno -Infantil, 2 Saúde - Pública, 1 Ética,
1 Administração, 1 SUS.
Turmas:
Sábados de 14:00 às 18:00 (início 09/05 ou 16/05/09
Quintas feiras: 14:00 às 18:00 ( início 14/05/09)
Ex-alunos e acadêmicos ganham descontos!!!
"Tenha ÊXITO em sua vida, garanta já a sua APROVAÇÃO !!!"RUA ANA BARBOSA, 13 SALA - 304/305 MÉIER - RIO DE JANEIRO
Tels: 3274 -1725 / 9209 -4444
RUA ANA BARBOSA, 13 SALA - 304/305 MÉIER - RIO DE JANEIRO
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Farmacologia: Conceitos Básicos
Estudo dos fármacos: fonte, solubilidade, absorção, destino no organismo, mecanismo de ação, efeito, reação adversa (RAM).
Fármaco (pharmacon = remédio): estrutura química conhecida; propriedade de modificar uma função fisiológica já existente. Não cria função.
Medicamento (medicamentum = remédio) : fármaco com propriedades benéficas, comprovadas cientificamente.Todo medicamento é um fármaco, mas nem todo fármaco é um medicamento.
Droga (drug = remédio, medicamento, droga): substância que modifica a funçãofisiológica com ou sem intenção benéfica.
Remédio (re = novamente; medior = curar): substância animal, vegetal, mineral ou sintética; procedimento (ginástica, massagem, acupuntura, banhos); fé ou crença; influência: usados com intenção benéfica.
Placebo (placeo = agradar): tudo o que é feito com intenção benéfica para aliviar o sofrimento: fármaco/medicamento/droga/remédio (em concentração pequena ou mesmo na sua ausência), a figura do médico (feiticeiro).
Nocebo: efeito placebo negativo. O "medicamento" piora a saúde.
Divisões da farmacologiaFarmacodinâmica: mecanismo de ação.
Farmacocinética: destino do fármaco.
Farmacologia pré-clínica: eficácia e RAM do fármaco nos animais (mamíferos).
Farmacologia clínica: eficácia e RAM do fármaco no homem (voluntário sadio; voluntário doente).Farmacognosia (gnósis = conhecimento): estudo das substâncias ativas animais, vegetais e minerais no estado natural e sua fontes.
Farmacoterapia (assistência farmacêutica): orientação do uso racional de medicamentos.
Fitoterapia: uso de fármacos vegetais (plantas medicinais).
Farmacotécnica: arte do preparo e conservação do medicamento em formas farmacêuticas.
Farmacoepidemiologia: estudo das RAM, do risco/benefício e custo dos medicamentos numa população.
Farmacovigilância: detecção de RAM, validade, concentração, apresentação, eficácia farmacológica, industrialização, comercialização, custo, controle de qualidade de medicamentos já aprovados e licenciados pelo Ministério da Saúde.
Farmacocinética - é o estudo da velocidade com que os fármacos atingem o sítio de ação e são eliminados do organismo, bem como dos diferentes fatores que influenciam na quantidade de fármaco a atingir o seu sítio. Basicamente, estuda os processos metabólicos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação das drogas.
Farmacocinética - é o estudo da velocidade com que os fármacos atingem o sítio de ação e são eliminados do organismo, bem como dos diferentes fatores que influenciam na quantidade de fármaco a atingir o seu sítio. Basicamente, estuda os processos metabólicos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação das drogas.
Absorção - é a passagem do fármaco do local em que foi administrado para a circulação sistêmica. Constitui-se do transporte da substância através das membranas biológicas. Tratando-se da via de administração intavenosa, não se deve considerar a absorção, uma vez que, neste caso, o fármaco é administrado diretamente na corrente sangüínea.Alguns fatores influenciam a absorção, tais como: características físico-quimicas da droga, veículo utilizado na formulação, perfusão sangüínea no local de absorção, área de absorção à qual o fármaco é exposto, via de administração, forma farmacêutica, entre outros.As principais vias de administração de fármacos são: via oral (a mais usada), via intravenosa, via intramuscular, via subcutânea, via retal. Cada uma dessas vias possui características próprias, que influenciam na absorção.Após a absorção do fármaco, um fração deste geralmente se liga a proteínas plasmáticas (principalmente a albumina) ou proteínas de tecidos, formando um complexo reversível. A outra fração circula livremente pelo fluido biológico. É importante frisar que apenas a porção livre, dissolvida no plasma, é farmacologicamente ativa. O complexo proteína-fármaco atua como um reservatório do fármaco no sangue. Esta relação droga ligada/ droga livre é definida por um equilíbrio. A ligação protéica geralmente é inespecífica, variando de acordo com a afinidade do fármaco pela proteína. Desse fato é que se explica o deslocamento de um fármaco por outro de maior afinidade pela proteina.Biodisponibilidade - indica a quantidade de drogas que atinge seu local de ação ou um fluido biológico de onde tem acesso ao local de ação. É uma fração da droga que chega à circulação sistêmica.Bioequivalência - é a equivalência farmacêutica entre dois produtos, ou seja, dois produtos são bioequivalentes quando possuem os mesmos princípios ativos, dose e via de administração, e apresentam estatisticamente a mesma potência.Distribuição - é a passagem de um fármaco da corrente sangüínea para os tecidos. A distribuição é afetada por fatores fisiológicos e pelas propriedades físico-químicas da substância. Os fármacos pouco lipossolúveis, por exemplo, possuem baixa capacidade de permear membranas biológicas, sofrendo assim restrições em sua distribuição. Já as substâncias muito lipossolúveis podem se acumular em regiões de tecido adiposo, prolongando a permanência do fármaco no organismo. Além disso, a ligação às proteínas plasmáticas pode alterar a distribuição do fármaco, pois pode limitar o acesso a locais de ação intracelular.Biotransformação ou metabolismo - é a transformação do fármaco em outra(s) substância(s), por meio de alterações químicas, geralmente sob ação de enzimas inespecíficas. A biotransformação ocorre principalmente no fígado, nos rins, nos pulmões e no tecido nervoso.Entre os fatores que podem influenciar o metabolismo dos fármacos estão as características da espécie animal, a idade, a raça e fatores genéticos, além da indução e da inibição enzimáticas.Indução enzimática - é uma elevação dos níveis de enzimas (como o complexo Citocromo P450) ou da velocidade dos processos enzimáticos, resultantes em um metabolismo acelerado do fármaco.Alguns fármacos têm a capacidade de aumentar a produção de enzimas ou de aumentar a velocidade de reação das enzimas. Como exemplo, podemos citar o Fenobarbital, um potente indutor que acelera o metabolismo de outro fármacos quanto estes são administrados concomitantemente.Inibição enzimática - caracteriza-se por uma queda na velocidade de biotransformação, resultando em efeitos farmacológicos prolongados e maior incidência de efeitos tóxicos do fármaco. Esta inibição em geral é competitiva. Pode ocorrer, por exemplo, entre duas ou mais drogas competindo pelo sítio ativo de uma mesma enzima.Metabólito - é o produto da reação de biotransformação de um fármaco.
Os metabólitos possuem propriedades diferentes das drogas originais. Geralmente, apresentam atividade farmacológica reduzida e são compostos mais hidrofílicos, portanto, mais facilmente eliminados. Em alguns casos, podem apresentar alta atividade biológica ou propriedades tóxicas.Excreção ou eliminação - é a retirada do fármaco do organismo, seja na forma inalterada ou na de metabólitos ativos e/ou inativos. A eliminação ocorre por diferentes vias e varia conforme as características físico-químicas da substância a ser excretada.Meia-vida - a meia-vida (T1/2) é o tempo necessário para que a concentração plasmática de determinado fármaco seja reduzida pela metade. Supondo então que a concentração plasmática atingida por certo fármaco seja de 100 mcg/mL e que sejam necessários 45 minutos para que esta concentração chegue a 50 mcg/mL, a sua meia-vida é de 45 minutos.
Efeito de primeira pasagem (EPP ou FPE) - é o efeito que ocorre quando há biotransformação do fármaco antes que este atinja o local de ação. Pode ocorrer na parede do intestino, no sangue mesentérico e, principalmente, no fígado.Steady state ou estado de equilíbrio estável - é o ponto em que a taxa de eliminação do fármaco é igual à taxa de biodisponibilidade, ou seja, é quando o fármaco encontra-se em concentração constante no sangue.
Efeito de primeira pasagem (EPP ou FPE) - é o efeito que ocorre quando há biotransformação do fármaco antes que este atinja o local de ação. Pode ocorrer na parede do intestino, no sangue mesentérico e, principalmente, no fígado.Steady state ou estado de equilíbrio estável - é o ponto em que a taxa de eliminação do fármaco é igual à taxa de biodisponibilidade, ou seja, é quando o fármaco encontra-se em concentração constante no sangue.
Clearance ou depuração - é a medida da capacidade do organismo em eliminar um fármaco. Esta medida é dada pela soma da capacidade de biotransformação de todos os órgãos metabolizados. Assim, se um fármaco é biotransformado nos rins, fígado e pulmòes, o clearance total é a soma da capacidade metabolizadora de cada um desses órgãos, isto é, é a soma do clearance hepático com o clearance renal com o clearance pulmonar.Terapia de dose única - nesta, a administração da dose seguinte se dá quando toda a dose anterior é eliminada. Ou seja, o intervalo entre as doses deve ser um tempo suficiente para que o organismo elimine totalmente a dose anterior (em geral, um tempo maior que 10 meias-vidas). Dessa forma, não há acúmulo de fármaco na circulação.
Terapia de dose múltipla - neste caso, ao contrário daquilo que ocorre em doses únicas, o intervalo entre doses é menor do que aquele necessário para a eliminação da dose anterior. Por isso, ocorre acúmulo da droga no sangue, até que se atinja o equilíbrio (steady state).
Dose de ataque ou inicial - é a dose de determinado fármaco que deve ser administrada no início do tratamento, com o objetivo de atingir rapidamente a concentração efetiva (concentração-alvo).
Dose de manutenção - é a dose necessária para que se mantenha uma concentração plasmática efetiva. Utilizada na terapia de dose múltipla, para que se mantenha a concentração no estado de equilíbrio estável (steady state).
Pico de concentração plasmática - é a concentração plasmática máxima atingida pelo fármaco após a administração oral.
Curva de concentração plasmática - é o gráfico em que se relaciona a concentração plasmática do fármaco versus o tempo decorrido após a administração.A área sob a curva ou extensão da absorção é um parâmetro farmacocinético utilizado para determinar a quantidade de droga após a administração de uma única dose.
Compartimento central - é a soma do volume plasmático com o líquido extracelular dos tecidos altamente perfundidos (como pulmões, coração, fígado), onde a concentração da droga é difundida instantaneamente.
Compartimento periférico - formado por tecidos de menor perfusão, este compartimento precisa de mais tempo para que seja atingido um equilíbrio de concentração. São tecidos como os músculos, a pele, tecido gorduroso, entre outros.
Fonte: : http://www.geocities.com/basile_farmacologia/introducao.html
Editores: Ricardo P. Basile/Aulus Conrado Basile (Farmacêuticos Bioquímicos
segunda-feira, 9 de março de 2009
Traqueostomia: Redução de Danos
Redução de Danos
1 - INTRODÇÃO
1.1 - O tema em estudo
Traqueostomia é um procedimento cirúrgico ao nível do pescoço que estabelece um orifício artificial na traquéia, abaixo da laringe, indicado em emergências e nas intubações prolongadas. O objetivo é não prejudicar as cordas vocais do paciente ao passar o tubo de ar. A traqueostomia é um procedimento freqüentemente realizado em pacientes necessitando de ventilação mecânica prolongada. A técnica, nestes pacientes, apresenta diversas vantagens quando comparada com o tubo orotraqueal, incluindo maior conforto do paciente, mais facilidade de remoção de secreções da árvore traqueobrônquica e manutenção segura da via aérea. (1)
1.2 - Justificativa
O que nos levou a escolher este tema foi o número de pacientes hospitalizados, com uso permanente de traqueostomia de cânula metálica. Com esse estudo poderemos contribuir e orientar os mesmos, minimizando a incidência das possíveis complicações. Ainda acrescento ainda o fato de que no nosso cotidiano de estágio existem muitas duvidas destes pacientes sobre a continuidade desta cânula após a alta hospitalar.
1.3 - Problema e Hipóteses
1.4 - REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 - Traqueostomia
Uma traqueotomia é um procedimento cirúrgico que é feito uma abertura para dentro da traquéia. O tubo de demora inserido dentro da traquéia é chamado tubo de traqueostomia. Uma traqueostomia pode ser temporária ou permanente.
Uma traqueostomia é empregada para desviar de uma obstrução de via aérea superior, permitir a remoção das secreções traqueobrônquicas, permitir o uso da ventilação mecânica por longo prazo, evitar a aspiração de secreções orais ou gástricas no paciente inconsciente ou paralisado (através do fechamento da traquéia a partir do esôfago) e substituir um tubo endotraqueal. Existem muitos processos patológicos e condições de emergência que tornam necessária uma traqueostomia. (2)
Desde o século XVI, quando o primeiro tubo de traqueostomia foi descrito por Fabricius, virtualmente todos os tubos eram feitos de metal. Estes tubos possuem uma cânula interna que pode ser removida para limpeza. Em fins de 1960, começaram a ser experimentadas as cânulas plásticas que possuem um balonete (cuff) com a função de ocluir as vias aéreas, a fim de que permita uma ventilação mecânica com pressão positiva, além de minimizar a aspiração de secreções da orofaringe. No passado, estes cuffs eram associados a uma alta incidência de estenose traqueal (cuff de alta pressão). Entretanto, os cuffs atuais, que possuem um grande volume e baixa pressão, minimizaram, mas não eliminaram os problemas focais de isquemia da traquéia. A pressão ideal de um cuff deve ser em torno de 25 mmH2O ou o mínimo necessário para que não haja escape de ar durante a ventilação mecânica. (3)
A cânula metálica é formada por um conjunto de três peças:
1) A peça externa que é a cânula propriamente dita, é a parte que é introduzida diretamente na luz traqueal, tem na sua extremidade externa um pequeno pavilhão perfurado, por onde é passado um cadarço para sua fixação ao pescoço;
2) A peça interna, de calibre um pouco inferior ao da externa é a porção que funciona introduzida na luz da cânula externa, é por ela que passa o ar e são eliminadas as secreções, por isso que deve ser retirada freqüentemente para limpeza;
3) A última peça é o mandril, que é um pouco mais longo que as duas cânulas e tem uma extremidade em ponta romba, funciona introduzida na cânula externa, como um condutor na colocação na luz traqueal. (3)
Conjunto Portéx, na técnica de Griggs, que utiliza o conjunto Portéx, também se usa inicialmente o dilatador rígido curto após a passagem do fio-guia. Em seguida, a dilatação da traquéia é realizada com uma pinça metálica que apresenta um sulco entre as suas hastes, pelo qual se passa o fio-guia. Assim, é possível conduzir a pinça para dentro da traquéia fazendo-a deslizar em torno do fio.
Uma vez na luz traqueal, o cirurgião promove a dilatação da traquéia abrindo a pinça, sempre orientado pelo broncoscopista, cujo obturador é perfurado, permitindo a passagem do fio-guia, é introduzida na luz traqueal. (4)
1.2 - Complicações da cânula de traqueostomia metálica
O cadarço deve ser passado pela cânula antes de sua colocação e amarrado com nó cego, posteriormente, na nuca, com a cabeça fletida. Convém segurar a cânula com o dedo antes de sua fixação, pois a tosse pode levar à descanulização. Não fixamos a cânula à pele com pontos de fio inabsorvível, porque achamos que isto causa atrito traqueal durante o movimento de respiração, levando as complicações e, também, retarda a retirada da cânula quando há obstrução por tampão mucoso. Segue-se colocando gaze entre a pele e a cânula.
Obstrução da Cânula. O correto posicionamento da cânula, umidificação dos gases ventilatórios, além de irrigação e aspiração continuas ajudam a prevenir esta complicação. As cânulas que possuem cânula interna ajudam no manejo desta complicação, pois possibilitam a retirada e limpeza da cânula interna.
Estenose traqueal é relacionada com a isquemia mucosa causada pela pressão do cuff. Entretanto a traqueostomia prolongada ainda é responsável pela maioria das estenoses traqueais. A estenose traqueal pode ocorrer não só no local do cuff, mas também na ponta da cânula ou no local de abertura traqueal.
Traqueomalácia: geralmente causada por uma cânula muito pequena. A troca geralmente resolve o problema.
Disfagia. Alguns pacientes com traqueostomia apresentam queixa de sensação de bolo na garganta. A disfagia propriamente dita também pode ocorrer, mas em uma proporção menor. (3)
1.3 - Processo de cuidar do usuário de cânula de traqueostomia metálica
Fixar com cadarço, a partir do pós-operatório imediato até o quinto dia e atentar para não garrotear a pele do paciente.
Trocar cadarço por outra fixação específica para traqueostomia após o quinto dia de implante, ocasião no qual o estoma estará com seu trajeto formado, evitando acidentes caso a cânula se exteriorize no momento da troca.
Trocar a fixação sempre que apresentar sujidade.
Realizar a troca de fixação sempre com auxilio de mais um profissional.
Usar preferencialmente cânulas com cuff de baixa pressão.
Manter a pressão do cuff abaixo de 20 mmhg.
Evitar introduzir a sonda de aspiração além do comprimento da cânula.
Aspirar vias aéreas superiores sempre que necessário, utilizando técnica asséptica.
Realizar curativo estéril no estoma e trocar com técnica asséptica na presença de sujidade.
Manter decúbito elevado a pelo menos 30º.
Manter cuff (balão distal) insuflado.
Usar cartelas ilustrativas.
Favorecer condições para a utilização de comunicação escrita.
Usar cartelas com letras do alfabeto para que, pela indicação do paciente, formem-se palavras. (5)
1.4 - Plano de alta do usuário de cânula de traqueostomia metálica.
O Enfermeiro (a) deve instruí-lo e à família a respeito de seu cuidado diário, bem como das medidas a empreender em uma emergência. O Enfermeiro (a) também assegura que o paciente e a família estão cientes dos contatos comunitários para a educação e necessidades de suporte. É importante que o Enfermeiro (a) ensine o paciente e família as estratégias para evitar a infecção quando realiza o cuidado de traqueostomia. (2)
Para manterem limpa e livre de infecções a pele e o tubo traqueal, você precisa seguir as orientações:
ØRetire a subcânula; Lave com água e detergente líquido, escovando-a por dentro para retirar toda secreção acumulada.
ØRecoloque a subcânula dentro da cânula que estará em seu pescoço.
ØTroque as gazes que estão entre a sua pele e o tubo traqueal;
ØColoque duas gazes dobradas entre o tubo traqueal e a pele de seu pescoço;
ØFaça a limpeza no seu pescoço e ao redor do tubo traqueal, utilizando uma gaze umedecida com água potável ou soro fisiológico 0,9%.
ØRealize este cuidado cinco vezes ao dia ou sempre que necessário.
Sua gravata traqueal:
Recomendamos o uso da gravata traqueal, presa ao redor do seu pescoço, para manter o tubo traqueal coberto quando você for para rua ou em lugares empoeirados. A gravata não deverá ficar apertada nem frouxa: deve haver
um espaço entre ela e seu pescoço suficiente para passar dois dedos.
Aprendendo a se comunicar:
Ter uma traqueostomia significa aprender novas maneiras de se comunicar com os outros. O enfermeiro e o fonoaudiólogo o ajudarão a aprender novas formas de falar.
Caso você possa falar:
Quando é realizada a traqueostomia, mesmo com a colocação do tubo traqueal, você continua com suas cordas vocais. Portanto ainda poderá usá-las para falar. Nesse caso, quando for falar, cubra a saída do tubo traqueal com o dedo.
Comer usando o tubo traqueal:
Você pode comer qualquer tipo de alimento. Para tanto, um nutricionista (o) lhe orientará no ambulatório.
ØMantenha-se sentado, quando estiver se alimentando;
ØProcure comer devagar, mastigue bem antes de engolir;
ØBeba muita água. Visto que ela ajudará na sua hidratação, evitando que a secreção pulmonar fique grossa;
ØCaso ocorra a saída de comida pelo orifício do tubo traqueal, interrompa a alimentação e procure o setor de emergência do hospital.
ØCorte a comida em pedaços pequenos para facilitar o ato de mastigar e engolir.
Ajustando o cotidiano com o uso do tubo traqueal:
Você pode levar algum tempo para adaptar-se à traqueostomia e até sentir-se incomodado. Com o tempo, você, sua família e seus amigos se acostumarão. Logo você adquirirá prática nos cuidados e poderá retomar suas atividades, sem depender dos outros.
Durante o banho use um chuveirinho, para lhe auxiliar;
Coloque um protetor de plástico no pescoço cobrindo o tubo traqueal, caso sinta necessidade;
Com o tempo você se acostuma, e vai perceber que não haverá necessidade de usar o plástico como protetor. (6)
2- OBJETIVO
Verificar quais as ações que os Enfermeiros (a) utilizam para minimizar complicações decorrentes do uso da cânula de traqueostomia metálica.
3- MATERIAL E MÉTODO
3.1 - Tipo de estudo
O trabalho foi realizado do tipo descritivo, exploratório, cujo fato dos dados ocorreu de maneira quantitativa. Optou-se pelo método quantitativo porque este é o mais adequado para avaliar a eficácia da terapêutica preventiva de infecção.
O método quantitativo apresenta dados numéricos de fatos, fenômenos ou problemas que ocorrem. O método descritivo procura descrever as características de um determinado fenômeno para estabelecer as relações entre variáveis fatos, cujos resultados permitirão uma visão global sobre o tema. (7)
3.2 - Local de estudo
Foi realizado em uma Instituição de Saúde Hospitalar de grande porte, localizado no município de Santos. Está Instituição constam atualmente 758 leitos ativos, 160 Enfermeiros (a) e 49 Unidades de internações.
3.3 - População e Amostra
A amostra foi constituída de 45 Enfermeiros (a), entretanto 10 indivíduos não quiseram participar espontaneamente, portanto a amostra final desta pesquisa é de 35 Enfermeiros (a).
3.4 - Coleta de Dados
Foi encaminhado para Instituição a solicitação de um termo de autorização para pesquisa (Apêndice A) o qual após o aceite da mesma foi agendado junto a gerencia de Enfermagem um período para aplicação de instrumento de coleta de dados para atingirmos o objetivo proposto desta pesquisa utilizamos um instrumento de coleta de dados ICD (Apêndice B) do tipo formulário que constou de 2 partes distintas. A 1º parte procurou caracterizar a amostra e a 2º parte procurou identificar os fatores relevantes do objetivo para checarmos a nossa hipótese.
3.5 - Considerações Éticas
Para realização desta pesquisa utilizamos os critérios estabelecidos pela resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Para tanto utilizamos o termo de consentimento livre esclarecido (Apêndice C), o qual evidencia aos sujeitos da pesquisa os objetivos e conseqüência das mesmas.
O gráfico 01- demonstra que 48,6% (n-17) possui idade de 31-40, 40% (n-14) possui a idade de 22-30 e 11,4% (n-4) idade de 40-50 anos.
O gráfico 02- mostra que a faixa etária predominante da amostra da pesquisa foi 88,6% (n-31) são de sexo feminino e 11,4% (n-4) são de sexo masculino.
O gráfico 03- evidencia que 57,1% (n-20) são solteiros (a), 37,1% (n-13) são casados (a), 2,9% (n-1) são divorciados (a) e 2,9% (n-1) são estáveis (a).
O gráfico 04- nos fornece dados que 74,3% (n-26) dos Enfermeiros (a) são de 1 a 5 anos de tempo de graduação, 22,8% (n-8) 6 a 10 anos e 2,9% (n-1) 16 a 20 anos.
O gráfico 05- apresenta que 57,% (n-20) dos Enfermeiros (a) não possuem graduação, 25,8% (n-9) estão cursando e 17,1 (n-6) possuem pós-graduação.
O gráfico 06- demonstra que 100% (n-35) não possui mestrado.
O gráfico 07- mostra que 100% (n-35) não possuem doutorado.
O gráfico 08- evidencia que 94,3% (n-33) dos Enfermeiros (a) relatam que existem cânula metálica e portéx e 5,7% (n-2) relatam do conhecimento de cânulas de silicone e metálica.
O gráfico 09- nos fornece dados que evidenciam o conhecimento por parte dos Enfermeiros (a) da diferença das cânulas de traqueostomia pois, 65,8% (n-23) relatam que a diferença das mesmas é quanto a indicação do uso, ou seja, traqueostomia temporária e definitiva. Outros 20% (n-7) responderam que a cânula de portéx só é retirada quando tem protocolo de fechamento, e 14,2% (n-5) não souberam conceituar as diferenças das cânulas.
As cânulas de plástico (portéx) com balão são usadas nas primeiras 72 horas pós-operatórias e, em seguida, é substituída pela cânula metálica. A cânula metálica possibilita que o paciente emita sons (se as cordas vocais estiverem íntegras), porém nem sempre isso é possível nos primeiros dias após a cirurgia, devido ao edema da laringe. (8)
O gráfico 10- apresenta dados que 37,1 (n-13) dos Enfermeiros (a) relataram que as complicações mais freqüentes são causadas por deslocamento/lesão/estenose, 34,8% (n-12) são por obstrução/secreção/sangramento, 17,1 (n-6) não responderam e 11,5% (n-4) são de higiene inadequada.
Uma das complicações da traqueostomia é a estenose da via aérea. Caso essa estenose comprometa a cartilagem cricóide estaremos diante de uma estenose subglótica cujo tratamento é muito mais complicado do que de uma estenose traqueal. (9)
O gráfico 11- demonstra que 83% (n-29) dos Enfermeiros (a) acreditam que à higienização, aspiração e fixação é uma boa medida de profilaxia e 17% (n-6) não souberam responder quais os cuidados devem ser tomados.
A troca de fixação do tubo é mais um procedimento realizado pelo Enfermeiro (a) que apesar de ser simples não pode ser banalizado, pois a inadequada fixação acarreta extubação acidental e até mesmo ode danificar o guia do balonete por imperícia. O tubo deve ser mantido centralizado independente do material utilizado para fixação. (10)
No gráfico 12- percebemos que 74,3% (n-26) dos Enfermeiros (a) relatam fornecer treinamento para equipe técnica de enfermagem quanto aos cuidados da traqueostomia, 25,7% (n-9) assumem não fornecer treinamento a essa temática para equipe de enfermagem.
Isto posto leva-nos a pensar que a equipe de enfermagem comandada pelos Enfermeiros (a) que relatam não dar treinamento, atuam de maneira mecânica e adestrada, ou seja, não refletida.
O treinamento/educação para equipe de enfermagem é uma das formas que o Enfermeiro (a) tem de reduzir riscos ao cliente.
O gráfico 13- evidencia que 31,4% (n-11) dos Enfermeiros (a) se preocupam no momento do plano de alta em orientar apenas aspectos de higienização, 28,6% (n-10)no momento da alta orienta a importância de que o paciente traqueostomizados necessitará da continuidade de acompanhamento de profissionais de saúde, 22,9 (n-8) relatam no momento da alta fornecer orientações por escrito e 17,1% (n-6) declaram não saber responder o que deve ser orientado em plano de alta à paciente traqueostomizados.
O plano de alta de qualquer individuo em qualquer tipo de patologia é o momento em que o mesmo e seus familiares tiram dúvidas e procura ajuda para dar continuidade aos cuidados em casa. Fica difícil imaginarmos como estes 17,1% de entrevistados orientam os pacientes.
Fornecer orientação por escrito não basta, precisamos como Enfermeiro (a) ter certeza do grau de entendimento dos pacientes e familiares.
No gráfico 14- fica evidente as dificuldades que possivelmente que os portadores de traqueostomia enfrentam no momento da alta hospitalar pois 45,7% (n-16) dos Enfermeiros (a) fornecem orientação no momento da alta hospitalar na contra partida, 40 (n-14) não fornecem orientações e 14,3% (n-5) relatam que às vezes fornecem orientações.
Considerando que mais da metade dos Enfermeiros (a) assumem deixar sem orientação os pacientes traqueostomizados, como será que estes pacientes e seus familiares mantêm os cuidados em casa? Será que isto não contribui para o surgimento ou agravamento das complicações como, por exemplo, à infecção?
Gráfico 15- fica evidente no gráfico 15 que a orientação quando fornecida no momento da alta hospitalar é realizada tanto para o paciente quanto a seus familiares, entretanto nesta amostra de pesquisa somente 37,2% (n-13) afirmam orientar paciente e familiares, 31,4% (n-11) dizem ás vezes fazer essa orientação, e 31,4% (n-11) não responderam esta pergunta.
Esse absenteísmo nesta questão nos leva a refletir que talvez esta parcela da amostra da pesquisa não orienta nem pacientes e familiares no momento da alta.
Orientar sobre os cuidados necessários no domicílio, compartilhando informações de maneira clara e concisa. Quando bem orientada, a família incentiva o paciente e auxilia na sua recuperação e auto-cuidado, para que as informações possam ser devidamente transmitidas, o enfermeiro deve lembrar, que a comunicação envolve a linguagem verbal e não verbal.Assim cabe ao Enfermeiro (a), nesta oportunidade, promover práticas educativas de modo que a família e o paciente sejam ouvidos. (11)
O gráfico 16- apresenta que 77,1% (n-27) dos Enfermeiros (a) fornecem orientações por escrito e 22,9% (n-8) não fornecem orientações por escrita.
Deveria ter na Instituição uma rotina para atender todos os clientes expondo todas as orientações e um acompanhamento ambulatorial com um treinamento adequado.
As orientações por escrito do tipo manual educativo servem para em casa o paciente e seus familiares consultar em momento de dúvidas.
Gráfico 17- no gráfico 17 observamos que 48,6% (n-17) dos Enfermeiros (a) tem que suas orientações não é suficientes para o paciente continuar seu auto-cuidado em casa, 25,7% (n-9) não responderam essa questão e somente 25,7% (n-9) tem a percepção que suas orientações no momento da alta são suficientes para o paciente e seus familiares continuarem os cuidados a nível domiciliar.
O gráfico 18- nos mostra que 37,1% (n-13) orienta o portador de cânula de traqueostomia metálica a manter um acompanhamento ambulatorial, 34,3% (n-12) relata o portador de cânula de traqueostomia metálica por escrito sobre todos os cuidados que os mesmo devem ter, 17,1% (n-6) afirmam que realizam um treinamento prévio com os portadores de cânula metálica do que se refere aos cuidados inerente da troca da cânula e 11,5% (n-4) não responderam está questão.
Os resultados deste gráfico contra dizem os resultados do gráfico 16, pois anteriormente 77,1% (n-27) afirmavam fornecer orientação por escrito e neste gráfico quando novamente questionados 34,3 (n-12) afirmam manter essa conduta.
O Enfermeiro (a) como educador assume um papel importante na relação com o paciente e seus familiares que estão experimentando tantos desafios para cuidar antes, durante e após a alta para o domicílio. (11)
O material escrito apresenta funções que reforça mais informações orais, serve como guia de orientações para casos de dúvidas posteriores e auxilia nas tomadas de decisões da pessoa traqueostomizada, em relação às medidas preventivas, bem como aos cuidados cotidianos. (11)
5- CONCLUSÕES
Após análise dos resultados percebemos que amostra da pesquisa evidência dificuldades quanto ao entendimento do conceito e das diferenças das cânulas de traqueostomia existentes.
Chama-nos atenção a fato de 17% dos Enfermeiros (a) da amostra não souberam responder quais os cuidados básicos de enfermagem deveriam ser adotados aos usuários de traqueostomia, bem como 25,7% dos sujeitos da pesquisa assumem não fornecer treinamento sobre cuidados com a traqueostomia para equipe técnica de enfermagem sobre sua supervisão. Parte dos Enfermeiros (a) 17,1% declaram não saber priorizar o que deve ser orientado no plano de alta hospitalar destes pacientes.
Por outro lado 37,2% afirmam orientarem pacientes e familiares no momento da alta, entretanto somente 25,7% afirmam ter a percepção que as orientações que os mesmos fornecem no momento da alta são suficientes para pacientes e familiares continuem os cuidados a nível domiciliar.
Frente a esse resultado concluímos que os Enfermeiros (a) desta amostra não possuem na sua totalidade conhecimento adequado para prevenir ou minimizar as complicações decorrentes do uso da cânula metálica de traqueostomia.
Fica evidente um comprometimento na qualidade no plano de alta hospitalar destes indivíduos traqueostomizados, que muitas vezes vão para casa repleto de dúvidas sobre a traqueostomia.
6- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebemos a resistência conforme íamos abordar os Enfermeiros (a) com o instrumento de pesquisa, porque os mesmos tinham receio de se comprometer em responder as questões devido à falta de treinamento e sua responsabilidade diante dos pacientes, familiares e instituição.
Concluímos que os entrevistados têm dificuldade de implantar uma rotina com cuidados básicos de enfermagem, plano de alta em pacientes portadores de cânula metálica de traqueostomia com um acompanhamento ambulatorial e domiciliar, tendo assim a percepção que seus conhecimentos técnicos e teóricos não são suficientes para dar continuidade ao tratamento após alta hospitalar.
Sugerimos mediante a esse problema um programa de capacitação e aperfeiçoamento como: palestras, seminários, juntamente com a educação continuada, oferecendo treinamento teórico e prático, reciclando toda equipe multidisciplinar de saúde, minimizando complicações decorrentes e tardias em pacientes usuários de cânula metálica de traqueostomia.
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- WIKIPÉDIA Desenvolvido pela Wikimedia Foundation. Apresenta conteúdo enciclopédico.
http://pt.wikipedia.org/w/index. php?title=Traqueostomia&oldid=9083271.]
Acessado: 15/03/08.
2- Smeltzer CS, Bare BG, Brunner, Suddart. Tartado de enfermagem medico-cirurgica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koongan; 2005. v.1
3- Souza WT. Traqueostomia. Rev. Residência Médica, ano 1, n º 3, jan/mar. 1999. Disponível site: www.medstudents.com.br/residencia_medica/index.htm.
Acessado: 10/03/08.
4- Knobel E. Condutas no paciente grave. 3ª ed. São Paulo: Atheneu; 2006 vol.2.
5- Knobel E. Condutas no paciente grave. 3ª ed. São Paulo: Atheneu; 2006 vol.1.
6- Texto elaborado pelos enfermeiros da seção de cirurgia de cabeças e Pescoço.
site:www.inca.gov.br/inca/Arquivos/manuais/pessoatraqueostomizada.pdf.Acessado: 10/03/08.
7- Polit DF, Beck CT,Hungler BP. Fundamentos da pesquisa m enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2004.
8- MELLES, A.M.; ZAGO, M.M.F.Z. A utilização da lousa. Rev. latino-am. enfermagem Ribeirão Preto - v. 9 - n. 1 - p. 73-79 - janeiro 2001.
9- TEDDE, Miguel Lia and JATENE, Biscegli FA. Procedimentos minimamente invasivos: complicações também minimizadas ou subestimadas J. bras. pneumol., Nov./Dec. 2004, vol.30, no.6, p.593-594.
10- TMFW Castellões, LD da Silva. Rev. bras. enferm, 2007.
11- Freitas AG; Cabral EI. O cuidado à pessoa traqueostomizada: A analise de um folheto educativo. Esc Anna Nery Rev Enferm 2008 mar; 12 (1): 84 - 9.
Fonte: Webartigos.com Textos e artigos gratuitos, conteúdo livre para reprodução. 1» Envie este artigo para seus amigos!» Quer publicar artigos? Crie seu perfil de escritor!1 A fonte do artigo e informações do autor devem ser mantidas. Reprodução apenas na Internet.
Jessica Feitosa
traqueostomia redução de danos
1 - INTRODÇÃO
1.1 - O tema em estudo
Traqueostomia é um procedimento cirúrgico ao nível do pescoço que estabelece um orifício artificial na traquéia, abaixo da laringe, indicado em emergências e nas intubações prolongadas. O objetivo é não prejudicar as cordas vocais do paciente ao passar o tubo de ar. A traqueostomia é um procedimento freqüentemente realizado em pacientes necessitando de ventilação mecânica prolongada. A técnica, nestes pacientes, apresenta diversas vantagens quando comparada com o tubo orotraqueal, incluindo maior conforto do paciente, mais facilidade de remoção de secreções da árvore traqueobrônquica e manutenção segura da via aérea. (1)
1.2 - Justificativa
O que nos levou a escolher este tema foi o número de pacientes hospitalizados, com uso permanente de traqueostomia de cânula metálica. Com esse estudo poderemos contribuir e orientar os mesmos, minimizando a incidência das possíveis complicações. Ainda acrescento ainda o fato de que no nosso cotidiano de estágio existem muitas duvidas destes pacientes sobre a continuidade desta cânula após a alta hospitalar.
1.3 - Problema e Hipóteses
1.4 - REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 - Traqueostomia
Uma traqueotomia é um procedimento cirúrgico que é feito uma abertura para dentro da traquéia. O tubo de demora inserido dentro da traquéia é chamado tubo de traqueostomia. Uma traqueostomia pode ser temporária ou permanente.
Uma traqueostomia é empregada para desviar de uma obstrução de via aérea superior, permitir a remoção das secreções traqueobrônquicas, permitir o uso da ventilação mecânica por longo prazo, evitar a aspiração de secreções orais ou gástricas no paciente inconsciente ou paralisado (através do fechamento da traquéia a partir do esôfago) e substituir um tubo endotraqueal. Existem muitos processos patológicos e condições de emergência que tornam necessária uma traqueostomia. (2)
Desde o século XVI, quando o primeiro tubo de traqueostomia foi descrito por Fabricius, virtualmente todos os tubos eram feitos de metal. Estes tubos possuem uma cânula interna que pode ser removida para limpeza. Em fins de 1960, começaram a ser experimentadas as cânulas plásticas que possuem um balonete (cuff) com a função de ocluir as vias aéreas, a fim de que permita uma ventilação mecânica com pressão positiva, além de minimizar a aspiração de secreções da orofaringe. No passado, estes cuffs eram associados a uma alta incidência de estenose traqueal (cuff de alta pressão). Entretanto, os cuffs atuais, que possuem um grande volume e baixa pressão, minimizaram, mas não eliminaram os problemas focais de isquemia da traquéia. A pressão ideal de um cuff deve ser em torno de 25 mmH2O ou o mínimo necessário para que não haja escape de ar durante a ventilação mecânica. (3)
A cânula metálica é formada por um conjunto de três peças:
1) A peça externa que é a cânula propriamente dita, é a parte que é introduzida diretamente na luz traqueal, tem na sua extremidade externa um pequeno pavilhão perfurado, por onde é passado um cadarço para sua fixação ao pescoço;
2) A peça interna, de calibre um pouco inferior ao da externa é a porção que funciona introduzida na luz da cânula externa, é por ela que passa o ar e são eliminadas as secreções, por isso que deve ser retirada freqüentemente para limpeza;
3) A última peça é o mandril, que é um pouco mais longo que as duas cânulas e tem uma extremidade em ponta romba, funciona introduzida na cânula externa, como um condutor na colocação na luz traqueal. (3)
Conjunto Portéx, na técnica de Griggs, que utiliza o conjunto Portéx, também se usa inicialmente o dilatador rígido curto após a passagem do fio-guia. Em seguida, a dilatação da traquéia é realizada com uma pinça metálica que apresenta um sulco entre as suas hastes, pelo qual se passa o fio-guia. Assim, é possível conduzir a pinça para dentro da traquéia fazendo-a deslizar em torno do fio.
Uma vez na luz traqueal, o cirurgião promove a dilatação da traquéia abrindo a pinça, sempre orientado pelo broncoscopista, cujo obturador é perfurado, permitindo a passagem do fio-guia, é introduzida na luz traqueal. (4)
1.2 - Complicações da cânula de traqueostomia metálica
O cadarço deve ser passado pela cânula antes de sua colocação e amarrado com nó cego, posteriormente, na nuca, com a cabeça fletida. Convém segurar a cânula com o dedo antes de sua fixação, pois a tosse pode levar à descanulização. Não fixamos a cânula à pele com pontos de fio inabsorvível, porque achamos que isto causa atrito traqueal durante o movimento de respiração, levando as complicações e, também, retarda a retirada da cânula quando há obstrução por tampão mucoso. Segue-se colocando gaze entre a pele e a cânula.
Obstrução da Cânula. O correto posicionamento da cânula, umidificação dos gases ventilatórios, além de irrigação e aspiração continuas ajudam a prevenir esta complicação. As cânulas que possuem cânula interna ajudam no manejo desta complicação, pois possibilitam a retirada e limpeza da cânula interna.
Estenose traqueal é relacionada com a isquemia mucosa causada pela pressão do cuff. Entretanto a traqueostomia prolongada ainda é responsável pela maioria das estenoses traqueais. A estenose traqueal pode ocorrer não só no local do cuff, mas também na ponta da cânula ou no local de abertura traqueal.
Traqueomalácia: geralmente causada por uma cânula muito pequena. A troca geralmente resolve o problema.
Disfagia. Alguns pacientes com traqueostomia apresentam queixa de sensação de bolo na garganta. A disfagia propriamente dita também pode ocorrer, mas em uma proporção menor. (3)
1.3 - Processo de cuidar do usuário de cânula de traqueostomia metálica
Fixar com cadarço, a partir do pós-operatório imediato até o quinto dia e atentar para não garrotear a pele do paciente.
Trocar cadarço por outra fixação específica para traqueostomia após o quinto dia de implante, ocasião no qual o estoma estará com seu trajeto formado, evitando acidentes caso a cânula se exteriorize no momento da troca.
Trocar a fixação sempre que apresentar sujidade.
Realizar a troca de fixação sempre com auxilio de mais um profissional.
Usar preferencialmente cânulas com cuff de baixa pressão.
Manter a pressão do cuff abaixo de 20 mmhg.
Evitar introduzir a sonda de aspiração além do comprimento da cânula.
Aspirar vias aéreas superiores sempre que necessário, utilizando técnica asséptica.
Realizar curativo estéril no estoma e trocar com técnica asséptica na presença de sujidade.
Manter decúbito elevado a pelo menos 30º.
Manter cuff (balão distal) insuflado.
Usar cartelas ilustrativas.
Favorecer condições para a utilização de comunicação escrita.
Usar cartelas com letras do alfabeto para que, pela indicação do paciente, formem-se palavras. (5)
1.4 - Plano de alta do usuário de cânula de traqueostomia metálica.
O Enfermeiro (a) deve instruí-lo e à família a respeito de seu cuidado diário, bem como das medidas a empreender em uma emergência. O Enfermeiro (a) também assegura que o paciente e a família estão cientes dos contatos comunitários para a educação e necessidades de suporte. É importante que o Enfermeiro (a) ensine o paciente e família as estratégias para evitar a infecção quando realiza o cuidado de traqueostomia. (2)
Para manterem limpa e livre de infecções a pele e o tubo traqueal, você precisa seguir as orientações:
ØRetire a subcânula; Lave com água e detergente líquido, escovando-a por dentro para retirar toda secreção acumulada.
ØRecoloque a subcânula dentro da cânula que estará em seu pescoço.
ØTroque as gazes que estão entre a sua pele e o tubo traqueal;
ØColoque duas gazes dobradas entre o tubo traqueal e a pele de seu pescoço;
ØFaça a limpeza no seu pescoço e ao redor do tubo traqueal, utilizando uma gaze umedecida com água potável ou soro fisiológico 0,9%.
ØRealize este cuidado cinco vezes ao dia ou sempre que necessário.
Sua gravata traqueal:
Recomendamos o uso da gravata traqueal, presa ao redor do seu pescoço, para manter o tubo traqueal coberto quando você for para rua ou em lugares empoeirados. A gravata não deverá ficar apertada nem frouxa: deve haver
um espaço entre ela e seu pescoço suficiente para passar dois dedos.
Aprendendo a se comunicar:
Ter uma traqueostomia significa aprender novas maneiras de se comunicar com os outros. O enfermeiro e o fonoaudiólogo o ajudarão a aprender novas formas de falar.
Caso você possa falar:
Quando é realizada a traqueostomia, mesmo com a colocação do tubo traqueal, você continua com suas cordas vocais. Portanto ainda poderá usá-las para falar. Nesse caso, quando for falar, cubra a saída do tubo traqueal com o dedo.
Comer usando o tubo traqueal:
Você pode comer qualquer tipo de alimento. Para tanto, um nutricionista (o) lhe orientará no ambulatório.
ØMantenha-se sentado, quando estiver se alimentando;
ØProcure comer devagar, mastigue bem antes de engolir;
ØBeba muita água. Visto que ela ajudará na sua hidratação, evitando que a secreção pulmonar fique grossa;
ØCaso ocorra a saída de comida pelo orifício do tubo traqueal, interrompa a alimentação e procure o setor de emergência do hospital.
ØCorte a comida em pedaços pequenos para facilitar o ato de mastigar e engolir.
Ajustando o cotidiano com o uso do tubo traqueal:
Você pode levar algum tempo para adaptar-se à traqueostomia e até sentir-se incomodado. Com o tempo, você, sua família e seus amigos se acostumarão. Logo você adquirirá prática nos cuidados e poderá retomar suas atividades, sem depender dos outros.
Durante o banho use um chuveirinho, para lhe auxiliar;
Coloque um protetor de plástico no pescoço cobrindo o tubo traqueal, caso sinta necessidade;
Com o tempo você se acostuma, e vai perceber que não haverá necessidade de usar o plástico como protetor. (6)
2- OBJETIVO
Verificar quais as ações que os Enfermeiros (a) utilizam para minimizar complicações decorrentes do uso da cânula de traqueostomia metálica.
3- MATERIAL E MÉTODO
3.1 - Tipo de estudo
O trabalho foi realizado do tipo descritivo, exploratório, cujo fato dos dados ocorreu de maneira quantitativa. Optou-se pelo método quantitativo porque este é o mais adequado para avaliar a eficácia da terapêutica preventiva de infecção.
O método quantitativo apresenta dados numéricos de fatos, fenômenos ou problemas que ocorrem. O método descritivo procura descrever as características de um determinado fenômeno para estabelecer as relações entre variáveis fatos, cujos resultados permitirão uma visão global sobre o tema. (7)
3.2 - Local de estudo
Foi realizado em uma Instituição de Saúde Hospitalar de grande porte, localizado no município de Santos. Está Instituição constam atualmente 758 leitos ativos, 160 Enfermeiros (a) e 49 Unidades de internações.
3.3 - População e Amostra
A amostra foi constituída de 45 Enfermeiros (a), entretanto 10 indivíduos não quiseram participar espontaneamente, portanto a amostra final desta pesquisa é de 35 Enfermeiros (a).
3.4 - Coleta de Dados
Foi encaminhado para Instituição a solicitação de um termo de autorização para pesquisa (Apêndice A) o qual após o aceite da mesma foi agendado junto a gerencia de Enfermagem um período para aplicação de instrumento de coleta de dados para atingirmos o objetivo proposto desta pesquisa utilizamos um instrumento de coleta de dados ICD (Apêndice B) do tipo formulário que constou de 2 partes distintas. A 1º parte procurou caracterizar a amostra e a 2º parte procurou identificar os fatores relevantes do objetivo para checarmos a nossa hipótese.
3.5 - Considerações Éticas
Para realização desta pesquisa utilizamos os critérios estabelecidos pela resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Para tanto utilizamos o termo de consentimento livre esclarecido (Apêndice C), o qual evidencia aos sujeitos da pesquisa os objetivos e conseqüência das mesmas.
O gráfico 01- demonstra que 48,6% (n-17) possui idade de 31-40, 40% (n-14) possui a idade de 22-30 e 11,4% (n-4) idade de 40-50 anos.
O gráfico 02- mostra que a faixa etária predominante da amostra da pesquisa foi 88,6% (n-31) são de sexo feminino e 11,4% (n-4) são de sexo masculino.
O gráfico 03- evidencia que 57,1% (n-20) são solteiros (a), 37,1% (n-13) são casados (a), 2,9% (n-1) são divorciados (a) e 2,9% (n-1) são estáveis (a).
O gráfico 04- nos fornece dados que 74,3% (n-26) dos Enfermeiros (a) são de 1 a 5 anos de tempo de graduação, 22,8% (n-8) 6 a 10 anos e 2,9% (n-1) 16 a 20 anos.
O gráfico 05- apresenta que 57,% (n-20) dos Enfermeiros (a) não possuem graduação, 25,8% (n-9) estão cursando e 17,1 (n-6) possuem pós-graduação.
O gráfico 06- demonstra que 100% (n-35) não possui mestrado.
O gráfico 07- mostra que 100% (n-35) não possuem doutorado.
O gráfico 08- evidencia que 94,3% (n-33) dos Enfermeiros (a) relatam que existem cânula metálica e portéx e 5,7% (n-2) relatam do conhecimento de cânulas de silicone e metálica.
O gráfico 09- nos fornece dados que evidenciam o conhecimento por parte dos Enfermeiros (a) da diferença das cânulas de traqueostomia pois, 65,8% (n-23) relatam que a diferença das mesmas é quanto a indicação do uso, ou seja, traqueostomia temporária e definitiva. Outros 20% (n-7) responderam que a cânula de portéx só é retirada quando tem protocolo de fechamento, e 14,2% (n-5) não souberam conceituar as diferenças das cânulas.
As cânulas de plástico (portéx) com balão são usadas nas primeiras 72 horas pós-operatórias e, em seguida, é substituída pela cânula metálica. A cânula metálica possibilita que o paciente emita sons (se as cordas vocais estiverem íntegras), porém nem sempre isso é possível nos primeiros dias após a cirurgia, devido ao edema da laringe. (8)
O gráfico 10- apresenta dados que 37,1 (n-13) dos Enfermeiros (a) relataram que as complicações mais freqüentes são causadas por deslocamento/lesão/estenose, 34,8% (n-12) são por obstrução/secreção/sangramento, 17,1 (n-6) não responderam e 11,5% (n-4) são de higiene inadequada.
Uma das complicações da traqueostomia é a estenose da via aérea. Caso essa estenose comprometa a cartilagem cricóide estaremos diante de uma estenose subglótica cujo tratamento é muito mais complicado do que de uma estenose traqueal. (9)
O gráfico 11- demonstra que 83% (n-29) dos Enfermeiros (a) acreditam que à higienização, aspiração e fixação é uma boa medida de profilaxia e 17% (n-6) não souberam responder quais os cuidados devem ser tomados.
A troca de fixação do tubo é mais um procedimento realizado pelo Enfermeiro (a) que apesar de ser simples não pode ser banalizado, pois a inadequada fixação acarreta extubação acidental e até mesmo ode danificar o guia do balonete por imperícia. O tubo deve ser mantido centralizado independente do material utilizado para fixação. (10)
No gráfico 12- percebemos que 74,3% (n-26) dos Enfermeiros (a) relatam fornecer treinamento para equipe técnica de enfermagem quanto aos cuidados da traqueostomia, 25,7% (n-9) assumem não fornecer treinamento a essa temática para equipe de enfermagem.
Isto posto leva-nos a pensar que a equipe de enfermagem comandada pelos Enfermeiros (a) que relatam não dar treinamento, atuam de maneira mecânica e adestrada, ou seja, não refletida.
O treinamento/educação para equipe de enfermagem é uma das formas que o Enfermeiro (a) tem de reduzir riscos ao cliente.
O gráfico 13- evidencia que 31,4% (n-11) dos Enfermeiros (a) se preocupam no momento do plano de alta em orientar apenas aspectos de higienização, 28,6% (n-10)no momento da alta orienta a importância de que o paciente traqueostomizados necessitará da continuidade de acompanhamento de profissionais de saúde, 22,9 (n-8) relatam no momento da alta fornecer orientações por escrito e 17,1% (n-6) declaram não saber responder o que deve ser orientado em plano de alta à paciente traqueostomizados.
O plano de alta de qualquer individuo em qualquer tipo de patologia é o momento em que o mesmo e seus familiares tiram dúvidas e procura ajuda para dar continuidade aos cuidados em casa. Fica difícil imaginarmos como estes 17,1% de entrevistados orientam os pacientes.
Fornecer orientação por escrito não basta, precisamos como Enfermeiro (a) ter certeza do grau de entendimento dos pacientes e familiares.
No gráfico 14- fica evidente as dificuldades que possivelmente que os portadores de traqueostomia enfrentam no momento da alta hospitalar pois 45,7% (n-16) dos Enfermeiros (a) fornecem orientação no momento da alta hospitalar na contra partida, 40 (n-14) não fornecem orientações e 14,3% (n-5) relatam que às vezes fornecem orientações.
Considerando que mais da metade dos Enfermeiros (a) assumem deixar sem orientação os pacientes traqueostomizados, como será que estes pacientes e seus familiares mantêm os cuidados em casa? Será que isto não contribui para o surgimento ou agravamento das complicações como, por exemplo, à infecção?
Gráfico 15- fica evidente no gráfico 15 que a orientação quando fornecida no momento da alta hospitalar é realizada tanto para o paciente quanto a seus familiares, entretanto nesta amostra de pesquisa somente 37,2% (n-13) afirmam orientar paciente e familiares, 31,4% (n-11) dizem ás vezes fazer essa orientação, e 31,4% (n-11) não responderam esta pergunta.
Esse absenteísmo nesta questão nos leva a refletir que talvez esta parcela da amostra da pesquisa não orienta nem pacientes e familiares no momento da alta.
Orientar sobre os cuidados necessários no domicílio, compartilhando informações de maneira clara e concisa. Quando bem orientada, a família incentiva o paciente e auxilia na sua recuperação e auto-cuidado, para que as informações possam ser devidamente transmitidas, o enfermeiro deve lembrar, que a comunicação envolve a linguagem verbal e não verbal.Assim cabe ao Enfermeiro (a), nesta oportunidade, promover práticas educativas de modo que a família e o paciente sejam ouvidos. (11)
O gráfico 16- apresenta que 77,1% (n-27) dos Enfermeiros (a) fornecem orientações por escrito e 22,9% (n-8) não fornecem orientações por escrita.
Deveria ter na Instituição uma rotina para atender todos os clientes expondo todas as orientações e um acompanhamento ambulatorial com um treinamento adequado.
As orientações por escrito do tipo manual educativo servem para em casa o paciente e seus familiares consultar em momento de dúvidas.
Gráfico 17- no gráfico 17 observamos que 48,6% (n-17) dos Enfermeiros (a) tem que suas orientações não é suficientes para o paciente continuar seu auto-cuidado em casa, 25,7% (n-9) não responderam essa questão e somente 25,7% (n-9) tem a percepção que suas orientações no momento da alta são suficientes para o paciente e seus familiares continuarem os cuidados a nível domiciliar.
O gráfico 18- nos mostra que 37,1% (n-13) orienta o portador de cânula de traqueostomia metálica a manter um acompanhamento ambulatorial, 34,3% (n-12) relata o portador de cânula de traqueostomia metálica por escrito sobre todos os cuidados que os mesmo devem ter, 17,1% (n-6) afirmam que realizam um treinamento prévio com os portadores de cânula metálica do que se refere aos cuidados inerente da troca da cânula e 11,5% (n-4) não responderam está questão.
Os resultados deste gráfico contra dizem os resultados do gráfico 16, pois anteriormente 77,1% (n-27) afirmavam fornecer orientação por escrito e neste gráfico quando novamente questionados 34,3 (n-12) afirmam manter essa conduta.
O Enfermeiro (a) como educador assume um papel importante na relação com o paciente e seus familiares que estão experimentando tantos desafios para cuidar antes, durante e após a alta para o domicílio. (11)
O material escrito apresenta funções que reforça mais informações orais, serve como guia de orientações para casos de dúvidas posteriores e auxilia nas tomadas de decisões da pessoa traqueostomizada, em relação às medidas preventivas, bem como aos cuidados cotidianos. (11)
5- CONCLUSÕES
Após análise dos resultados percebemos que amostra da pesquisa evidência dificuldades quanto ao entendimento do conceito e das diferenças das cânulas de traqueostomia existentes.
Chama-nos atenção a fato de 17% dos Enfermeiros (a) da amostra não souberam responder quais os cuidados básicos de enfermagem deveriam ser adotados aos usuários de traqueostomia, bem como 25,7% dos sujeitos da pesquisa assumem não fornecer treinamento sobre cuidados com a traqueostomia para equipe técnica de enfermagem sobre sua supervisão. Parte dos Enfermeiros (a) 17,1% declaram não saber priorizar o que deve ser orientado no plano de alta hospitalar destes pacientes.
Por outro lado 37,2% afirmam orientarem pacientes e familiares no momento da alta, entretanto somente 25,7% afirmam ter a percepção que as orientações que os mesmos fornecem no momento da alta são suficientes para pacientes e familiares continuem os cuidados a nível domiciliar.
Frente a esse resultado concluímos que os Enfermeiros (a) desta amostra não possuem na sua totalidade conhecimento adequado para prevenir ou minimizar as complicações decorrentes do uso da cânula metálica de traqueostomia.
Fica evidente um comprometimento na qualidade no plano de alta hospitalar destes indivíduos traqueostomizados, que muitas vezes vão para casa repleto de dúvidas sobre a traqueostomia.
6- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebemos a resistência conforme íamos abordar os Enfermeiros (a) com o instrumento de pesquisa, porque os mesmos tinham receio de se comprometer em responder as questões devido à falta de treinamento e sua responsabilidade diante dos pacientes, familiares e instituição.
Concluímos que os entrevistados têm dificuldade de implantar uma rotina com cuidados básicos de enfermagem, plano de alta em pacientes portadores de cânula metálica de traqueostomia com um acompanhamento ambulatorial e domiciliar, tendo assim a percepção que seus conhecimentos técnicos e teóricos não são suficientes para dar continuidade ao tratamento após alta hospitalar.
Sugerimos mediante a esse problema um programa de capacitação e aperfeiçoamento como: palestras, seminários, juntamente com a educação continuada, oferecendo treinamento teórico e prático, reciclando toda equipe multidisciplinar de saúde, minimizando complicações decorrentes e tardias em pacientes usuários de cânula metálica de traqueostomia.
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- WIKIPÉDIA Desenvolvido pela Wikimedia Foundation. Apresenta conteúdo enciclopédico.
http://pt.wikipedia.org/w/index. php?title=Traqueostomia&oldid=9083271.]
Acessado: 15/03/08.
2- Smeltzer CS, Bare BG, Brunner, Suddart. Tartado de enfermagem medico-cirurgica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koongan; 2005. v.1
3- Souza WT. Traqueostomia. Rev. Residência Médica, ano 1, n º 3, jan/mar. 1999. Disponível site: www.medstudents.com.br/residencia_medica/index.htm.
Acessado: 10/03/08.
4- Knobel E. Condutas no paciente grave. 3ª ed. São Paulo: Atheneu; 2006 vol.2.
5- Knobel E. Condutas no paciente grave. 3ª ed. São Paulo: Atheneu; 2006 vol.1.
6- Texto elaborado pelos enfermeiros da seção de cirurgia de cabeças e Pescoço.
site:www.inca.gov.br/inca/Arquivos/manuais/pessoatraqueostomizada.pdf.Acessado: 10/03/08.
7- Polit DF, Beck CT,Hungler BP. Fundamentos da pesquisa m enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2004.
8- MELLES, A.M.; ZAGO, M.M.F.Z. A utilização da lousa. Rev. latino-am. enfermagem Ribeirão Preto - v. 9 - n. 1 - p. 73-79 - janeiro 2001.
9- TEDDE, Miguel Lia and JATENE, Biscegli FA. Procedimentos minimamente invasivos: complicações também minimizadas ou subestimadas J. bras. pneumol., Nov./Dec. 2004, vol.30, no.6, p.593-594.
10- TMFW Castellões, LD da Silva. Rev. bras. enferm, 2007.
11- Freitas AG; Cabral EI. O cuidado à pessoa traqueostomizada: A analise de um folheto educativo. Esc Anna Nery Rev Enferm 2008 mar; 12 (1): 84 - 9.
Fonte: Webartigos.com Textos e artigos gratuitos, conteúdo livre para reprodução. 1» Envie este artigo para seus amigos!» Quer publicar artigos? Crie seu perfil de escritor!1 A fonte do artigo e informações do autor devem ser mantidas. Reprodução apenas na Internet.
Jessica Feitosa
traqueostomia redução de danos
A ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NO ATENDIMENTO DA PCR
A ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NO ATENDIMENTO DA PCR
1.CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A PCR até pouco tempo atrás era sinônimo de morte, pois não mais que 2% sobreviviam, hoje este índice de sobrevida chega a alcançar acima de 70% se o socorro for precoce e eficaz. Para tanto é indispensável à capacitação profissional da enfermagem, a qual nem sempre se apresenta preparada frente a tal situação. Parte deste despreparo deve-se ao não fornecimento de treinamento por parte do enfermeiro o qual possui plena ciência da gravidade da situação além de ter conhecimento prático e teórico sobre as atitudes que devem ser tomadas prioritariamente a fim de preservar as funções fisiológicas visto que a gravidade aumenta a cada segundo de demora, podendo causar seqüelas irreversíveis.
No cuidado emergencial de enfermagem estima-se a preservação da vida promovendo a restauração das funções fisiológicas até que seja providenciado o cuidado definitivo, este cuidado visa à reversão de vias aéreas obstruídas, respiração agônica e apnéia, inconsciência, ausência de pulsação arterial, reatividade de pupilas comprometidas, habilidade motora ineficaz, entre outras. É de fundamental importância o papel do enfermeiro no sucesso da reanimação cardíaca (habitualmente o diagnóstico de parada cardíaca é feito pela equipe de enfermagem). Assim cabe a ela iniciar uma assistência rápida, eficiente, segura e com espírito de equipe para obter sucesso no atendimento e minimizar stress desnecessário e risco de acidentes.
A parada cardiorrespiratória (PCR), é a cessação súbita e inesperada das funções cardácas e respiratórias.
De acordo com Silva, Pereira e Mesquita [1] "PCR é a inadequação do débito cardíaco que resulta em um volume sistólico insuficiente para a perfusão tecidual decorrente da interrupção súbita da atividade mecânica ventricular".
Para Guimarães, Lopes e Lopes (2005) "(...)parada cardíaca é a cessação súbita da atividade ventricular e cardíaca e circulação antecedendo ou imediatamente após esta, ocorre à cessação da atividade respiratória, definindo assim a PCR."
Segundo Cintra, Nishide e Nunes (2005) , a PCR é definida como uma condição circulatória e a interrupção da função respiratória. De acordo com Americam Heart Association (2002), as duas abordagens de suporte básico (SBV) e suporte avançado de vida (SAV) são conhecidas pelos médicos, enfermeiros e pessoal de emergência. Elas identificam a seqüência de tarefas no tratamento de emergência cardiorrrespiratória. A abordagem ABCD primária tem como objetivo básico a recuperação cardiopulmonar e a desfibrilação que consiste em: A- abrir vias aéreas, B- boa respiração, realizar ventilação por pressão positiva, C- circulação, realizar compressões torácicas, D- desfibrilação. A abordagem ABCD secundária como a primária também inclui abertura de vias aéreas, boa respiração e circulação, para tanto usa-se habilidades mais avançadas para manter a desobstrução de vias aéreas (intubação traqueal), monitorização cardíaca, acesso venoso e administração de medicamentos. A letra D não se refere a desfibrilação e sim a diagnóstico diferencial objetivando avaliação rápida e atendimento avançado, esta abordagem necessita também da intervenção médica. De acordo com Smeltzer e Bare (2005), parada cardiorrespiratória é uma situação emergencial na qual exige preparo técnico da equipe de enfermagem e recursos materiais e tecnológicos disponíveis, os quais são fatores determinantes para o sucesso do atendimento. O enfermeiro de emergência deve estar apto a auxiliar e identificar problemas de saúde em situação de risco e fazer sucessivas reavaliações posteriores conforme as mudanças apresentadas no quadro do paciente, visando sempre rapidez e sincronismo com a equipe para uma melhor assistência prestada, é também sua função do enfermeiro fornecer treinamento à toda equipe, pois a mesma necessita realizar procedimentos altamente técnicos em situações emergenciais. De acordo com Wehbe e Galvão (2005), como líder, é também função do enfermeiro coordenar a equipe e gerenciar a assistência prestada ao paciente, conseqüentemente ele exerce influência não somente na equipe de enfermagem, como em outros membros que integram o serviço. Os enfermeiros exercem uma liderança fundamentada no conhecimento das habilidades, características individuais e necessidades dos membros da equipe de enfermagem. No ambiente hospitalar o enfermeiro desenvolve uma gerência mais orientada para as necessidades do serviço cumprindo assim normas e tarefas reproduzindo o que é preconizado pela organização e por outros profissionais, incluindo a equipe médica.
No Brasil, aproximadamente 90% das mortes súbitas cardíacas e, ou, parada cardiorrespiratória (PCR), que ocorrem fora do ambiente hospitalar, o mecanismo desencadeador é a fibrilação ventricular (FV) (TIMERMAN, 2000).
Outro fator relacionado à PCR é o trauma, sendo principalmente causado por acidentes automobilísticos e ferimentos por armas de fogo. Envolve, na maioria das vezes, o adulto jovem. A parada cardíaca nesses casos, é conseqüência do trauma direto e de fatores como hipóxia, hipovolemia e hipotermia.
O tratamento "temporário" da morte súbita cardíaca é feito através das manobras de Reanimação Cardiopulmonar "(RCP) precoce", onde se visa manter, artificialmente, as funções circulatórias e respiratórias até que um desfibrilador esteja disponível (AHA, 1999). Atualmente há uma tendência em se usar a expressão Reanimação Cardiopulmonar e Cerebral, enfatizando a importância da recuperação do sistema nervoso central.
Segundo Guimarães (2005), a RCP (RESSUCITAÇÃO CARDIO-PULMONAR) é o conjunto de procedimentos destinados a manter a circulação de sangue oxigenado ao cérebro e a outros órgãos vitais, permitindo a manutenção transitória das funções sistêmicas até que o retorno da circulação espontânea possibilite o restabelecimento da homeostase.
Há de salientar também, que o êxito na reversão de uma parada cardíaca depende ainda de fatores como: condições clínicas do paciente antes da PCR, causas que determinaram a PCR, uniformidade e perfeição das manobras aplicadas de RCP envolvendo pessoal leigo, equipes, devidamente treinadas, no atendimento pré-hospitalar (APH), envolvendo tanto o suporte básico de vida (SBV) como também o suporte avançado de vida (SAV), do tempo decorrido entre a PCR e a realização das manobras, e da continuidade e qualidade da assistência prestada na esfera intrahospitalar.
"Os enfermeiros das unidades de emergência aliam à fundamentação teórica, (imprescindível), a capacidade de liderança, o trabalho, o discernimento, a iniciativa, a habilidade de ensino, a maturidade e a estabilidade emocional" (GOMES, 1994).
Por isso, a constante atualização destes profissionais, é necessária pois, desenvolvem com a equipe médica e de enfermagem habilidades para que possam atuar em situações inesperadas de forma objetiva e sincrônica na qual estão inseridos.
OBJETIVO GERAL:
Avaliar a atuação do enfermeiro na parada cardio-respiratória na Unidade de Pronto-Socorro.
OBJETIVOS ESPECÌFICOS:
Verificar o conhecimento do enfermeiro sobre a atuação dos medicamentosutilizados em pacientes com parada cardio-respiratória nas Unidades de Pronto-Socorro;
Identificar quais os procedimentos que o enfermeiro pode realizar durante uma situação de atendimento básico em uma Parada cardio-respiratória na ausência de um clínico;
Verificar a existência do Protocolo de suporte avançado de vida na Unidade de Pronto-Socorro;
JUSTIFICATIVA:
A partir na vivência na área de pronto-socorro percebeu-se a necessidade de conhecer a conduta do enfermeiro frente à parada cardio-respiratória, uma vez que, como acadêmico de enfermagem, para mim é desconhecida essa a atuação do enfermeiro como líder no procedimento na ausência de um clínico.
ssim sendo, pretende-se analisar a atualização do enfermeiro e sua equipe no protocolo de PCRe fornecer mais subsídios técnicos científicos a fim de possibilitar maior atuação dos profissionais nesta área. A equipe atuante deve estar bem treinada e atualizada, é papel do enfermeiro deter uma boa atuação e conhecimento, pois é o profissional que permanece mais tempo próximo ao paciente, identificando a situação, solicitando a presença da equipe e iniciando as manobras de ressuscitação cardiopulmonar.
2.MARCO TEÓRICO
A parada cardio-respiratória (PCR) ou morte súbita cardíaca é a cessação súbita da atividade ventricular cardíaca e circulação sistêmica em um indivíduo com expectativa de restauração das funções cardiopulmonar e cerebral , desde que o mesmo não seja portador de moléstia crônica intratável ou em fase terminal (GUIMARÃES, 2005).
A PCR é a cessação da atividade cardíaca de um indivíduo sem doença terminal. O indivíduo se encontra com ausência de batimentos cardíacos eficazes, ausência de respiração e inconsciente (VIEIRA, 1996).
Ainda, segundo (Vieira, 1996) uma vítima de parada cardíaca pode apresentar:
Morte clínica: Falta de movimentos respiratórios e batimentos cardíacos eficientes na ausência de consciência, com viabilidade cerebral e biológica.
Morte biológica irreversível: Deterioração irreversível dos órgãos, que se segue à morte clínica, quando não se constitui as manobras de reanimação cardio-pulmonar (RCP) .
Morte encefálica: Ocorre quando há lesão irreversível do tronco e do córtex cervical, por injúria direta ou hipóxia, por um tempo, em geral, superior a 5 minutos em adultos com normatermia.
2.1 MODALIDADES DE PARADA CARDÍACA
O diagnóstico do mecanismo cardíaco da parada cardiorrespiratória (PCR) depende da monitorização do ritmo cardíaco sendo de extrema importância o reconhecimento precoce, que é, necessário para adequar o tratamento e, portanto, melhorar a sobrevida da vítima.
Assistolia: Caracteriza-se pela ausência de pulso detectável na presença de algum tipo de atividade elétrica, excluindo-se a Taquicardia Ventricular (TV) e a Fibrilação Ventricula (FV) (VIEIRA, 1996).
Fibrilação Ventricular (FV): É a contração incoordenada do miocárdio em conseqüência da atividade caótica de diferentes grupos de fibras miocárdicas, resultando na ineficiência total do coração em manter um rendimento de volume sanguíneo adequado (VIEIRA,1996).
Taquicardia Ventricular sem pulso (TV): É a sucessão rápida de batimentos ectópicos ventriculares que podem levar a acentuada deterioração hemodinâmica, chegando mesmo à ausência de pulso arterial palpável, quando, então, é considerada uma modalidade de parada cardíaca, devendo ser tratada com o mesmo vigor da fibrilação ventricular (FV).[2]
Atividade elétrica sem pulso (AESP): É a ausência de pulso detectável na presença de algum tipo de atividade elétrica; com exclusão da TV ou FV. (VIEIRA, 1996).[3]
2.2 DIAGNÓSTICO:[4]
Caracteriza-se pela perda abrupta da consciência devido a falta de fluxo sangüíneo cerebral adequado levando a morte na falta de intervenção eficaz. (MEYENBURG,1998).
O cérebro tem pouca reserva de glicose e oxigênio, e pode manter sua atividade durante um período de 4 minutos após a parada cardíaca, reforçando a importância em iniciar rápido as manobras de RCP.
Após 4 minutos de PCR sem nenhuma intervenção, começa haver danos ao tecido cerebral e, em 10 minutos de anóxia, haverá morte cerebral certa (SBV, AHA, 1999).
Outros sinais podem ser identificados, como a midríase. A presença de midríase paralítica pode indicar lesão cerebral, mas esse sinal isolado não é indicativo de suspender manobras de RCP. Cianose nas extremidades e palidez da pele também podem ser encontrados.
2.3 SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV)
O suporte básico de vida (SBV) consiste em medidas essenciais que devem ser realizadas em indivíduos com PCR. Envolve reconhecimento da PCR, solicitar ajuda, iniciar suporte ventilatório e circulatório.
Pode ser realizado por qualquer cidadão, desde que devidamente treinado. Para que se obtenha êxito na reversão de uma PCR, quatro pontos são fundamentais, constituindo-se a "Cadeia da Sobrevida".
2.4 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO SUPORTE BÁSICO E PARADA CARDIO- RESPIRATÓRIA
Conhecer a seqüência do atendimento, manter um certo nível de tranqüilidade para poder organizar as manobras de ventilação e circulação artificiais e reunir material e equipamentos necessários para este período são condições imprescindíveis para uma boa equipe de enfermagem, principalmente porque é ela que permanece o maior tempo em contato com o paciente e, na maioria das vezes, é quem detecta a PCR. Desta forma é recomendado reciclar a equipe de enfermagem na execução das manobras de suporte básico de vida (CINTRA, NISHIDE e NUNES, 2005). De acordo com Smeltzer e Bare (2005) o enfermeiro deve fornecer treinamento a sua equipe a fim de capacitá-la a realizar procedimentos altamente técnicos em situações emergenciais, uma vez que é exigido tal preparo para um atendimento eficaz. Para Silva (1999) o treinamento da equipe deve ter como prioridade a redução do tempo de atendimento com medidas que permitam atuação rápida e eficiente e sistematizada, porém cumprindo todas as etapas do atendimento . Para tanto não basta apenas fornecer orientações a equipe e sim um treinamento atualizado e contínuo que abranja toda assistência, pois o profissional que cuida de pacientes com maior complexidade deve estar capacitado para atuar com competência e segurança. Conforme Whebe e Galvão (2005), como líder, é também função do enfermeiro coordenar a equipe e gerenciar a assistência prestada ao paciente pois conseqüentemente ele exerce influência não somente na equipe de enfermagem como também em outros membros que integram o serviço. O enfermeiro exerce uma liderança fundamentada no conhecimento das habilidades características individuais e necessidades dos membros da equipe de enfermagem. No ambiente hospitalar é desenvolvido pelo enfermeiro uma gerência mais orientada para as necessidades do serviço cumprindo assim normas e tarefas produzindo o que é preconizado pela organização e por outros profissionais, incluindo a equipe médica Para Guimarães, Delascio e Lopes (2005), é função prioritária do enfermeiro prestar assistência ao paciente grave, porém sua função frente a uma reanimação cardiopulmonar é bem mais extensa que a simples assistência cabendo a ele dar suporte a equipe providenciando recursos materiais e treinamento continuado visando adequadas condições de atendimento pela equipe em qualquer âmbito hospitalar. Também cabe ao enfermeiro a elaboração de escala diária de modo a escalar pelo menos 3 técnicos de enfermagem e um enfermeiro com funções previamente estabelecidas, considerando que o conhecimento prévio das atividades tende a otimizar o atendimento diminuindo assim o estresse da equipe, pois o atendimento da RCP deve transcorrer em ambiente tranqüilo de forma que todos ouçam o comando do líder lembrando que a postura ética deve entremear as ações durante o atendimento de emergência. De acordo com Oliveira et al (2002)., o enfermeiro tem sua atuação juntamente com a equipe multiprofissional através de seu conhecimento científico, do trabalho sincronizado e organizado.No desempenho de suas atribuições a equipe de enfermagem desenvolve uma perfeita integração com a equipe médica, objetivando a padronização da prestação da assistência de qualidade otimizando as condições de recuperação do paciente. Uma vez que a enfermagem requer habilidade de liderança, faz-se necessário que o enfermeiro atue como líder a fim de administrar a dinâmica da equipe conforme terapêutica adotada, pois a liderança tem a finalidade de proporcionar um bom trabalho em equipe.O enfermeiro além de coordenar sua equipe atua em compressões torácicas, monitorização, desfibrilação, controle de sinais vitais, realiza anotações referentes ao atendimento da PCR, cateterização vesical e nasogástrica, preparo do transporte do paciente, comunicação e supervisão da unidade que irá receber, reposição de materiais do carro de emergência e lacre do mesmo. Para tanto é necessário seu conhecimento sobre monitor, desfibrilador, cardioversor, marca-passo externo e farmacologia. De acordo com Guimarães, Delascio e Lopes (2005), o enfermeiro é responsável pela avaliação do espaço físico quanto a presença de eletricidade, rede de oxigênio, vácuo, tábua de massagem, macas, carro de emergência com desfibrilador, medicamentos de emergência entre outros equipamentos para tal atendimento. É também sua responsabilidade a elaboração de uma rotina de checagem de materiais quanto a datas de validade e de manutenção preventiva, teste do desfibrilador, controle do estoque mínimo de material e equipamento de proteção e lacre do carro de emergUma vez que se faz presente uma situação emergencial como a PCR faz-se necessário o atendimento apropriado para tal situação. Sendo assim o enfermeiro tem como dever fornecer um arsenal terapêutico mínimo para atendimento emergencial e educação continuada ao pessoal da enfermagem, visando otimizar a execução dos procedimentos emergenciais como: -compressões-torácicas; -ventilação; -desfibrilação. Entre estes procedimentos há uma maior complexidade na administração da desfibrilação, devido a esta dificuldade o enfermeiro deve orientar sua equipe quanto aos possíveis riscos que este procedimento pode trazer ao paciente visto que para ocorrer a cardioversão correta e necessária a quantidade adequada de pasta condutora nas pás, pressão e localização correta das pás no tórax lembrando que uma pá libera energia e a outra recebe, portanto é essencial a distância entre uma pá e outra para que a energia passe eficazmente pelo músculo miocárdio. É também da competência do enfermeiro fazer varias reavaliações sucessivas durante a realização dos procedimentos citados acima e identificar diagnóstico de enfermagem. Após o atendimento o enfermeiro deve reunir-se com sua equipe a fim de avaliar a atuação da mesma ressaltando os pontos positivos e negativos devendo ser estes últimos citados nos próximos treinamentos, tendo a finalidade de alertar o pessoal para que diminua estas falhas posteriormente.
Segundo GUIMARAES; LOPE S1 e LOPES2 (2005), o atendimento da RCP deve transcorrer em um ambiente tranquilo, sem tumulto, de modo que todos possam ouvir o comando do líder com clareza. Não há justificativas nem desculpas para um atendimento desorganizado, tumultuado e desrespeitoso entre a equipe. "A postura ética e moral e o seguimento das leis do exercício profissional devem permear todas as ações de enfermagem durante o atendimento de emergência".(GUIMARAES; LOPES1; LOPES 2, 2005) .
De acordo com GUIMARAES; LO PES1 e LOPES2 (2005), a equipe de enfermagem deve estar pronta para o formato de atendimento por fases que consistem em sete etapas: antecipação, entrada, ressuscitação, manutenção, notificação da família, transferência e avaliação crítica.
A fase da antecipação acontece antes da ocorrência da PCR e é fundamental para o bom encaminhamento das ações durante o atendimento. Nesta etapa, analisam-se os dados iniciais, reune-se a equipe, determina-se o líder, delineia-se as responsabilidades, os equipamentos são preparados e checados e ocorre o posicionamento da cada membro da equipe. Na fase da entrada, o primeiro membro da equipe a checar responsabiliza-se pelo posicionamento da vítima no leito em decúbito dorsal horizontal e início do ABCD primário, acionando a equipe e o carro de emergência, priorizando a chegada do desfibrilador. (GUIMARAES; LOPES1; LOPES 2, 2005)
"Assim que o líder chegar á cena do atendimento, deve apresentar-se à equipe e imediatamente avaliar o comando do atendimento". (GUIMARAES; LOPES 1; LOPES 2, 2005).
"Na fase da ressuscitação propriamente dita, os elementos da equipe devem posicionar-se e iniciarem imediatamente as ações".(GUIMARAES; LOPES1; LOPES2 2005).
"A divisão da equipe de enfermagem e suas atribuições é prerrogativa de enfermeiro e deve ser realizada respeitando-se a disponibilidade de recursos humanos da unidade".(GUIMARAES; LOPES1; LOPES2 ,2005).
2.5 A ENFERMAGEM NAS EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES
A parada cardíaca é um evento crítico que não escolhe a hora nem o local para acontecer, sendo o limite da gravidade que impõe o atendimento imediato da equipe de saúde.
A integração de esforços em uma equipe multiprofissional proporciona ao paciente/cliente uma qualidade de assistência da qual o enfermeiro é imprescendível (COSTA, 2005).
O enfermeiro deve estar capacitado a reconhecer precocemente situações potencialmente perigosas, como arritmias cardíacas com risco de evoluir para fibrilação ou assistolia ventricular (BASTOS, 2001).
Cada vez mais se define o espaço do enfermeiro na atuação em conjunto com a equipe multiprofissional, através do conhecimento científico, do trabalho sincronizado e organizado (SILVA , 1979).
Por ser a RCP um conjunto de procedimentos padronizados que requer rapidez e eficiência, fazendo com que o indivíduo em risco de morte iminente seja ressuscitado, pode-se a afirmar que salvar vidas é uma tarefa estressante e até traumatizante. Portanto, comandar todas as etapas da ressuscitação deve ser tarefa de um "líder" que mantenha um bom estado de espírito, impedindo que a ansiedade interfira na sua capacidade de raciocínio, além de orientar com responsabilidade a equipe no desempenho de suas atividades, mantendo uma postura ética e moral, (GOLEMAN, 1999).
A American Heart Association (AHA), preconiza que um dos integrantes da equipe de ressuscitação seja o "líder", objetivando o melhor desempenho e organização durante a assistência prestada (ACLS, 1997). O profissional que assume tal posição em geral é o médico, pois ele também assume o aspecto legal da terapêutica a ser aplicada.
No entanto, faz-se necessário que o enfermeiro também atue como líder, para administrar a dinâmica da equipe conforme a terapêutica adotada.
Neste contexto, toda liderança é reconhecida como um valioso instrumento, que proporciona um bom trabalho em equipe, sendo todo enfermeiro um líder e administrador em algum nível, pois o papel da enfermagem requer habilidades de liderança e administração (MARQUIS, 1999).
Nos serviços de emergências, o enfermeiro líder participa da organização da sala de emergência, treinamento da equipe segundo a sistematização nos moldes Suporte Básico de Vida e Suporte Avançado de Vida.
A previsão de necessidades e a garantia de funcionamento de materiais e equipamentos espelha uma enfermagem de alta qualificação técnica, e este é o primeiro passo para todas a ações que serão realizadas durante e após o atendimento da PCR (COSTA, 2005).
O enfermeiro líder deve fazer dos funcionários parceiros do sucesso na atuação de suas atribuições, mesmo que o objetivo a ser alcançado venha a falhar (insucesso
na ressuscitação). Deve também valorizar este comportamento, ensinando a sua equipe no seu dia-a-dia.
Assim, pode-se distinguir o médico líder que atua no atendimento da parada cardiorrespiratória do líder enfermeiro que coordena o processo deste atendimento.
"Os enfermeiros das unidades de emergência aliam à fundamentação teórica (imprescindível) a capacidade de liderança, o trabalho, o discernimento, a iniciativa, a habilidade de ensino, a maturidade e a estabilidade emocional. (GOMES, 1994). Por isso a constante atualização destes profissionais, é necessária pois, desenvolvem com a equipe médica e de enfermagem habilidades para que possam atuar em situações inesperadas de forma objetiva e sincrônica na qual estão inseridos.
REFERÊNCIAS :
AIRES, M. de M. Fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. American Heart Association . n. 4 vol. 16, dez 2005/fev 2006.
BARTHOLOMAY,E.; DIAS, F. S. TORRES, F. A. et. al. Impacto das manobras de reanimação cardiorrespiratória cerebral em um hospital geral: fatores prognósticos e desfechos.
CARVALHO, M. G. de. Atendimento pré-hospitalar para enfermagem: suporte básico e avançado de vida. 1. ed. I?tria, 2004.
CINTRA, E. de A.; NISHIDE, V. M.; NUNES, W. A. Assistência de enfermagem ao paciente gravemente enfermo. 2. ed. São Paulo: Atheneu,2005.
DAVIES, A.; BLAKLEY, A. G H; KIDD, C. Fisiologia Humana.Porto Alegre: Artmed, 2002.
DELAMARCHE, P.; DUFOUR, M.; MULTON, F. Anatomia, fisiologia e biomecânica . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
FATTINI, C. A.; DÂNGELO, J. G. Anatomia sistêmica e segmentar. 3. ed. Atheneu, 2000.
FERRARI, D. Enfermagem em Cardiologia. Ano 1, n. 4, 2006.
FERREIRA, C.; PÓVOA, R. Cardiologia para o clinico geral. Atheneu, 1999.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. In: Como delinear uma pesquisa bibliográfica, 4. ed. cap. 5, p. 60-84.
GOMES, A. M. de C. G.; TIMERMAN, A.; SOUZA, C. A. M. de. Fatores prognósticos de sobrevida pós reanimação cardiorrespiratória cerebral em hospital geral . Arquivo Brasileiro de Cardiologia. Vol. 85, n. 4, São Paulo, 2005. Disponível em:. Acesso em: 12/09/08 ás 16 hs.
GUIMARAES, H. P.; LOPES, R. D.; LOPES, A. C. Parada ardiorrespiratória. São Paulo: Atheneu, 2005.
GUYTON, A. C. Fisiologia humana. 6. ed., 1988.
GUYTON, A. C; HALL, J. E. Fisiologia humana e mecanismo das doenças. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.Tratado de fisiologia medica. 10. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
HOFLING, C.; VANCINI, C. R.; PISONI, I. C. et. al. A desfibrilação precoce e o uso de desfibrilador externo automático por enfermeiros de unidades hospitalares não criticas. Revista Emergência. out/nov 2005.
JACOB, S. W.; FRANCORRE, C. A.; LOSSOW, W. J. Anatomia e fisiologia humana . 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1990.
MOREIRA, D. M.; NETO, G. M.; OLIVEIRA, M. W. et. al. Estudo retrospectivo de sobrevida de pacientes submetidos a reanimação cardiorrespiratória em unidade de tratamento intensivo. Arquivo Brasileiro de Cardiologia. vol. 78 n.6, 545-8, 2002.
OLIVEIRA, R. P. de; FERREIRA, F. G.; MARTINS, M. et. al. A enfermagem nas situações de emergência. Disponível em:
. Acesso em: 24/09/2008, 20:00 hs.
POLIT F. D. et al. Revisão da literatura de pesquisa. In: Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 5. ed. Porto Alegre. Editora: Artmed, 2004, p. 124-143, cap.06.
SILVA, L. S.; PEREIRA, S. R. M.; MESQUITA A. M. F. de. Procedimentos de enfermagem: semiotécnica para o cuidado. Medsi, 2004.
SILVA, S. C. da. A presença de fatores iatrogênico s relacionados ao atendimento a parada cardiorrespiratória na unidade de terapia intensiva.Congresso Nacional de Medicina Critica em Internet. Disponível em: http: /www.ininet.ed/cime99/fulltext/00149sc. html>. Acesso em: 12/09/2008 ás 16 hs.
SMELTZER, S. C.; BARE B. G. Tratado de enfermagem médico-cirurgica.9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan: 2005.
VENISHI, E. K. Enfermagem médico-cirúrgica em unidade de terapia intensiva.SENAC, 2003. Série Apontamentos.
WEHBE, G.; GALVÃO, M. C. Aplicação da liderança situacional em enfermagem de emergência. Revista Brasileira de Enfermagem (REBEN). Jan/fev 2005.
[2] VIEIRA, nome. Nome do livro. Edição. Ed : local do livro, ano, pág.
[3] Idem , pág. Nda pág.
[4] VIEIRA, nome . ob.cit.pag. ndapag.
1.CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A PCR até pouco tempo atrás era sinônimo de morte, pois não mais que 2% sobreviviam, hoje este índice de sobrevida chega a alcançar acima de 70% se o socorro for precoce e eficaz. Para tanto é indispensável à capacitação profissional da enfermagem, a qual nem sempre se apresenta preparada frente a tal situação. Parte deste despreparo deve-se ao não fornecimento de treinamento por parte do enfermeiro o qual possui plena ciência da gravidade da situação além de ter conhecimento prático e teórico sobre as atitudes que devem ser tomadas prioritariamente a fim de preservar as funções fisiológicas visto que a gravidade aumenta a cada segundo de demora, podendo causar seqüelas irreversíveis.
No cuidado emergencial de enfermagem estima-se a preservação da vida promovendo a restauração das funções fisiológicas até que seja providenciado o cuidado definitivo, este cuidado visa à reversão de vias aéreas obstruídas, respiração agônica e apnéia, inconsciência, ausência de pulsação arterial, reatividade de pupilas comprometidas, habilidade motora ineficaz, entre outras. É de fundamental importância o papel do enfermeiro no sucesso da reanimação cardíaca (habitualmente o diagnóstico de parada cardíaca é feito pela equipe de enfermagem). Assim cabe a ela iniciar uma assistência rápida, eficiente, segura e com espírito de equipe para obter sucesso no atendimento e minimizar stress desnecessário e risco de acidentes.
A parada cardiorrespiratória (PCR), é a cessação súbita e inesperada das funções cardácas e respiratórias.
De acordo com Silva, Pereira e Mesquita [1] "PCR é a inadequação do débito cardíaco que resulta em um volume sistólico insuficiente para a perfusão tecidual decorrente da interrupção súbita da atividade mecânica ventricular".
Para Guimarães, Lopes e Lopes (2005) "(...)parada cardíaca é a cessação súbita da atividade ventricular e cardíaca e circulação antecedendo ou imediatamente após esta, ocorre à cessação da atividade respiratória, definindo assim a PCR."
Segundo Cintra, Nishide e Nunes (2005) , a PCR é definida como uma condição circulatória e a interrupção da função respiratória. De acordo com Americam Heart Association (2002), as duas abordagens de suporte básico (SBV) e suporte avançado de vida (SAV) são conhecidas pelos médicos, enfermeiros e pessoal de emergência. Elas identificam a seqüência de tarefas no tratamento de emergência cardiorrrespiratória. A abordagem ABCD primária tem como objetivo básico a recuperação cardiopulmonar e a desfibrilação que consiste em: A- abrir vias aéreas, B- boa respiração, realizar ventilação por pressão positiva, C- circulação, realizar compressões torácicas, D- desfibrilação. A abordagem ABCD secundária como a primária também inclui abertura de vias aéreas, boa respiração e circulação, para tanto usa-se habilidades mais avançadas para manter a desobstrução de vias aéreas (intubação traqueal), monitorização cardíaca, acesso venoso e administração de medicamentos. A letra D não se refere a desfibrilação e sim a diagnóstico diferencial objetivando avaliação rápida e atendimento avançado, esta abordagem necessita também da intervenção médica. De acordo com Smeltzer e Bare (2005), parada cardiorrespiratória é uma situação emergencial na qual exige preparo técnico da equipe de enfermagem e recursos materiais e tecnológicos disponíveis, os quais são fatores determinantes para o sucesso do atendimento. O enfermeiro de emergência deve estar apto a auxiliar e identificar problemas de saúde em situação de risco e fazer sucessivas reavaliações posteriores conforme as mudanças apresentadas no quadro do paciente, visando sempre rapidez e sincronismo com a equipe para uma melhor assistência prestada, é também sua função do enfermeiro fornecer treinamento à toda equipe, pois a mesma necessita realizar procedimentos altamente técnicos em situações emergenciais. De acordo com Wehbe e Galvão (2005), como líder, é também função do enfermeiro coordenar a equipe e gerenciar a assistência prestada ao paciente, conseqüentemente ele exerce influência não somente na equipe de enfermagem, como em outros membros que integram o serviço. Os enfermeiros exercem uma liderança fundamentada no conhecimento das habilidades, características individuais e necessidades dos membros da equipe de enfermagem. No ambiente hospitalar o enfermeiro desenvolve uma gerência mais orientada para as necessidades do serviço cumprindo assim normas e tarefas reproduzindo o que é preconizado pela organização e por outros profissionais, incluindo a equipe médica.
No Brasil, aproximadamente 90% das mortes súbitas cardíacas e, ou, parada cardiorrespiratória (PCR), que ocorrem fora do ambiente hospitalar, o mecanismo desencadeador é a fibrilação ventricular (FV) (TIMERMAN, 2000).
Outro fator relacionado à PCR é o trauma, sendo principalmente causado por acidentes automobilísticos e ferimentos por armas de fogo. Envolve, na maioria das vezes, o adulto jovem. A parada cardíaca nesses casos, é conseqüência do trauma direto e de fatores como hipóxia, hipovolemia e hipotermia.
O tratamento "temporário" da morte súbita cardíaca é feito através das manobras de Reanimação Cardiopulmonar "(RCP) precoce", onde se visa manter, artificialmente, as funções circulatórias e respiratórias até que um desfibrilador esteja disponível (AHA, 1999). Atualmente há uma tendência em se usar a expressão Reanimação Cardiopulmonar e Cerebral, enfatizando a importância da recuperação do sistema nervoso central.
Segundo Guimarães (2005), a RCP (RESSUCITAÇÃO CARDIO-PULMONAR) é o conjunto de procedimentos destinados a manter a circulação de sangue oxigenado ao cérebro e a outros órgãos vitais, permitindo a manutenção transitória das funções sistêmicas até que o retorno da circulação espontânea possibilite o restabelecimento da homeostase.
Há de salientar também, que o êxito na reversão de uma parada cardíaca depende ainda de fatores como: condições clínicas do paciente antes da PCR, causas que determinaram a PCR, uniformidade e perfeição das manobras aplicadas de RCP envolvendo pessoal leigo, equipes, devidamente treinadas, no atendimento pré-hospitalar (APH), envolvendo tanto o suporte básico de vida (SBV) como também o suporte avançado de vida (SAV), do tempo decorrido entre a PCR e a realização das manobras, e da continuidade e qualidade da assistência prestada na esfera intrahospitalar.
"Os enfermeiros das unidades de emergência aliam à fundamentação teórica, (imprescindível), a capacidade de liderança, o trabalho, o discernimento, a iniciativa, a habilidade de ensino, a maturidade e a estabilidade emocional" (GOMES, 1994).
Por isso, a constante atualização destes profissionais, é necessária pois, desenvolvem com a equipe médica e de enfermagem habilidades para que possam atuar em situações inesperadas de forma objetiva e sincrônica na qual estão inseridos.
OBJETIVO GERAL:
Avaliar a atuação do enfermeiro na parada cardio-respiratória na Unidade de Pronto-Socorro.
OBJETIVOS ESPECÌFICOS:
Verificar o conhecimento do enfermeiro sobre a atuação dos medicamentosutilizados em pacientes com parada cardio-respiratória nas Unidades de Pronto-Socorro;
Identificar quais os procedimentos que o enfermeiro pode realizar durante uma situação de atendimento básico em uma Parada cardio-respiratória na ausência de um clínico;
Verificar a existência do Protocolo de suporte avançado de vida na Unidade de Pronto-Socorro;
JUSTIFICATIVA:
A partir na vivência na área de pronto-socorro percebeu-se a necessidade de conhecer a conduta do enfermeiro frente à parada cardio-respiratória, uma vez que, como acadêmico de enfermagem, para mim é desconhecida essa a atuação do enfermeiro como líder no procedimento na ausência de um clínico.
ssim sendo, pretende-se analisar a atualização do enfermeiro e sua equipe no protocolo de PCRe fornecer mais subsídios técnicos científicos a fim de possibilitar maior atuação dos profissionais nesta área. A equipe atuante deve estar bem treinada e atualizada, é papel do enfermeiro deter uma boa atuação e conhecimento, pois é o profissional que permanece mais tempo próximo ao paciente, identificando a situação, solicitando a presença da equipe e iniciando as manobras de ressuscitação cardiopulmonar.
2.MARCO TEÓRICO
A parada cardio-respiratória (PCR) ou morte súbita cardíaca é a cessação súbita da atividade ventricular cardíaca e circulação sistêmica em um indivíduo com expectativa de restauração das funções cardiopulmonar e cerebral , desde que o mesmo não seja portador de moléstia crônica intratável ou em fase terminal (GUIMARÃES, 2005).
A PCR é a cessação da atividade cardíaca de um indivíduo sem doença terminal. O indivíduo se encontra com ausência de batimentos cardíacos eficazes, ausência de respiração e inconsciente (VIEIRA, 1996).
Ainda, segundo (Vieira, 1996) uma vítima de parada cardíaca pode apresentar:
Morte clínica: Falta de movimentos respiratórios e batimentos cardíacos eficientes na ausência de consciência, com viabilidade cerebral e biológica.
Morte biológica irreversível: Deterioração irreversível dos órgãos, que se segue à morte clínica, quando não se constitui as manobras de reanimação cardio-pulmonar (RCP) .
Morte encefálica: Ocorre quando há lesão irreversível do tronco e do córtex cervical, por injúria direta ou hipóxia, por um tempo, em geral, superior a 5 minutos em adultos com normatermia.
2.1 MODALIDADES DE PARADA CARDÍACA
O diagnóstico do mecanismo cardíaco da parada cardiorrespiratória (PCR) depende da monitorização do ritmo cardíaco sendo de extrema importância o reconhecimento precoce, que é, necessário para adequar o tratamento e, portanto, melhorar a sobrevida da vítima.
Assistolia: Caracteriza-se pela ausência de pulso detectável na presença de algum tipo de atividade elétrica, excluindo-se a Taquicardia Ventricular (TV) e a Fibrilação Ventricula (FV) (VIEIRA, 1996).
Fibrilação Ventricular (FV): É a contração incoordenada do miocárdio em conseqüência da atividade caótica de diferentes grupos de fibras miocárdicas, resultando na ineficiência total do coração em manter um rendimento de volume sanguíneo adequado (VIEIRA,1996).
Taquicardia Ventricular sem pulso (TV): É a sucessão rápida de batimentos ectópicos ventriculares que podem levar a acentuada deterioração hemodinâmica, chegando mesmo à ausência de pulso arterial palpável, quando, então, é considerada uma modalidade de parada cardíaca, devendo ser tratada com o mesmo vigor da fibrilação ventricular (FV).[2]
Atividade elétrica sem pulso (AESP): É a ausência de pulso detectável na presença de algum tipo de atividade elétrica; com exclusão da TV ou FV. (VIEIRA, 1996).[3]
2.2 DIAGNÓSTICO:[4]
Caracteriza-se pela perda abrupta da consciência devido a falta de fluxo sangüíneo cerebral adequado levando a morte na falta de intervenção eficaz. (MEYENBURG,1998).
O cérebro tem pouca reserva de glicose e oxigênio, e pode manter sua atividade durante um período de 4 minutos após a parada cardíaca, reforçando a importância em iniciar rápido as manobras de RCP.
Após 4 minutos de PCR sem nenhuma intervenção, começa haver danos ao tecido cerebral e, em 10 minutos de anóxia, haverá morte cerebral certa (SBV, AHA, 1999).
Outros sinais podem ser identificados, como a midríase. A presença de midríase paralítica pode indicar lesão cerebral, mas esse sinal isolado não é indicativo de suspender manobras de RCP. Cianose nas extremidades e palidez da pele também podem ser encontrados.
2.3 SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV)
O suporte básico de vida (SBV) consiste em medidas essenciais que devem ser realizadas em indivíduos com PCR. Envolve reconhecimento da PCR, solicitar ajuda, iniciar suporte ventilatório e circulatório.
Pode ser realizado por qualquer cidadão, desde que devidamente treinado. Para que se obtenha êxito na reversão de uma PCR, quatro pontos são fundamentais, constituindo-se a "Cadeia da Sobrevida".
2.4 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO SUPORTE BÁSICO E PARADA CARDIO- RESPIRATÓRIA
Conhecer a seqüência do atendimento, manter um certo nível de tranqüilidade para poder organizar as manobras de ventilação e circulação artificiais e reunir material e equipamentos necessários para este período são condições imprescindíveis para uma boa equipe de enfermagem, principalmente porque é ela que permanece o maior tempo em contato com o paciente e, na maioria das vezes, é quem detecta a PCR. Desta forma é recomendado reciclar a equipe de enfermagem na execução das manobras de suporte básico de vida (CINTRA, NISHIDE e NUNES, 2005). De acordo com Smeltzer e Bare (2005) o enfermeiro deve fornecer treinamento a sua equipe a fim de capacitá-la a realizar procedimentos altamente técnicos em situações emergenciais, uma vez que é exigido tal preparo para um atendimento eficaz. Para Silva (1999) o treinamento da equipe deve ter como prioridade a redução do tempo de atendimento com medidas que permitam atuação rápida e eficiente e sistematizada, porém cumprindo todas as etapas do atendimento . Para tanto não basta apenas fornecer orientações a equipe e sim um treinamento atualizado e contínuo que abranja toda assistência, pois o profissional que cuida de pacientes com maior complexidade deve estar capacitado para atuar com competência e segurança. Conforme Whebe e Galvão (2005), como líder, é também função do enfermeiro coordenar a equipe e gerenciar a assistência prestada ao paciente pois conseqüentemente ele exerce influência não somente na equipe de enfermagem como também em outros membros que integram o serviço. O enfermeiro exerce uma liderança fundamentada no conhecimento das habilidades características individuais e necessidades dos membros da equipe de enfermagem. No ambiente hospitalar é desenvolvido pelo enfermeiro uma gerência mais orientada para as necessidades do serviço cumprindo assim normas e tarefas produzindo o que é preconizado pela organização e por outros profissionais, incluindo a equipe médica Para Guimarães, Delascio e Lopes (2005), é função prioritária do enfermeiro prestar assistência ao paciente grave, porém sua função frente a uma reanimação cardiopulmonar é bem mais extensa que a simples assistência cabendo a ele dar suporte a equipe providenciando recursos materiais e treinamento continuado visando adequadas condições de atendimento pela equipe em qualquer âmbito hospitalar. Também cabe ao enfermeiro a elaboração de escala diária de modo a escalar pelo menos 3 técnicos de enfermagem e um enfermeiro com funções previamente estabelecidas, considerando que o conhecimento prévio das atividades tende a otimizar o atendimento diminuindo assim o estresse da equipe, pois o atendimento da RCP deve transcorrer em ambiente tranqüilo de forma que todos ouçam o comando do líder lembrando que a postura ética deve entremear as ações durante o atendimento de emergência. De acordo com Oliveira et al (2002)., o enfermeiro tem sua atuação juntamente com a equipe multiprofissional através de seu conhecimento científico, do trabalho sincronizado e organizado.No desempenho de suas atribuições a equipe de enfermagem desenvolve uma perfeita integração com a equipe médica, objetivando a padronização da prestação da assistência de qualidade otimizando as condições de recuperação do paciente. Uma vez que a enfermagem requer habilidade de liderança, faz-se necessário que o enfermeiro atue como líder a fim de administrar a dinâmica da equipe conforme terapêutica adotada, pois a liderança tem a finalidade de proporcionar um bom trabalho em equipe.O enfermeiro além de coordenar sua equipe atua em compressões torácicas, monitorização, desfibrilação, controle de sinais vitais, realiza anotações referentes ao atendimento da PCR, cateterização vesical e nasogástrica, preparo do transporte do paciente, comunicação e supervisão da unidade que irá receber, reposição de materiais do carro de emergência e lacre do mesmo. Para tanto é necessário seu conhecimento sobre monitor, desfibrilador, cardioversor, marca-passo externo e farmacologia. De acordo com Guimarães, Delascio e Lopes (2005), o enfermeiro é responsável pela avaliação do espaço físico quanto a presença de eletricidade, rede de oxigênio, vácuo, tábua de massagem, macas, carro de emergência com desfibrilador, medicamentos de emergência entre outros equipamentos para tal atendimento. É também sua responsabilidade a elaboração de uma rotina de checagem de materiais quanto a datas de validade e de manutenção preventiva, teste do desfibrilador, controle do estoque mínimo de material e equipamento de proteção e lacre do carro de emergUma vez que se faz presente uma situação emergencial como a PCR faz-se necessário o atendimento apropriado para tal situação. Sendo assim o enfermeiro tem como dever fornecer um arsenal terapêutico mínimo para atendimento emergencial e educação continuada ao pessoal da enfermagem, visando otimizar a execução dos procedimentos emergenciais como: -compressões-torácicas; -ventilação; -desfibrilação. Entre estes procedimentos há uma maior complexidade na administração da desfibrilação, devido a esta dificuldade o enfermeiro deve orientar sua equipe quanto aos possíveis riscos que este procedimento pode trazer ao paciente visto que para ocorrer a cardioversão correta e necessária a quantidade adequada de pasta condutora nas pás, pressão e localização correta das pás no tórax lembrando que uma pá libera energia e a outra recebe, portanto é essencial a distância entre uma pá e outra para que a energia passe eficazmente pelo músculo miocárdio. É também da competência do enfermeiro fazer varias reavaliações sucessivas durante a realização dos procedimentos citados acima e identificar diagnóstico de enfermagem. Após o atendimento o enfermeiro deve reunir-se com sua equipe a fim de avaliar a atuação da mesma ressaltando os pontos positivos e negativos devendo ser estes últimos citados nos próximos treinamentos, tendo a finalidade de alertar o pessoal para que diminua estas falhas posteriormente.
Segundo GUIMARAES; LOPE S1 e LOPES2 (2005), o atendimento da RCP deve transcorrer em um ambiente tranquilo, sem tumulto, de modo que todos possam ouvir o comando do líder com clareza. Não há justificativas nem desculpas para um atendimento desorganizado, tumultuado e desrespeitoso entre a equipe. "A postura ética e moral e o seguimento das leis do exercício profissional devem permear todas as ações de enfermagem durante o atendimento de emergência".(GUIMARAES; LOPES1; LOPES 2, 2005) .
De acordo com GUIMARAES; LO PES1 e LOPES2 (2005), a equipe de enfermagem deve estar pronta para o formato de atendimento por fases que consistem em sete etapas: antecipação, entrada, ressuscitação, manutenção, notificação da família, transferência e avaliação crítica.
A fase da antecipação acontece antes da ocorrência da PCR e é fundamental para o bom encaminhamento das ações durante o atendimento. Nesta etapa, analisam-se os dados iniciais, reune-se a equipe, determina-se o líder, delineia-se as responsabilidades, os equipamentos são preparados e checados e ocorre o posicionamento da cada membro da equipe. Na fase da entrada, o primeiro membro da equipe a checar responsabiliza-se pelo posicionamento da vítima no leito em decúbito dorsal horizontal e início do ABCD primário, acionando a equipe e o carro de emergência, priorizando a chegada do desfibrilador. (GUIMARAES; LOPES1; LOPES 2, 2005)
"Assim que o líder chegar á cena do atendimento, deve apresentar-se à equipe e imediatamente avaliar o comando do atendimento". (GUIMARAES; LOPES 1; LOPES 2, 2005).
"Na fase da ressuscitação propriamente dita, os elementos da equipe devem posicionar-se e iniciarem imediatamente as ações".(GUIMARAES; LOPES1; LOPES2 2005).
"A divisão da equipe de enfermagem e suas atribuições é prerrogativa de enfermeiro e deve ser realizada respeitando-se a disponibilidade de recursos humanos da unidade".(GUIMARAES; LOPES1; LOPES2 ,2005).
2.5 A ENFERMAGEM NAS EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES
A parada cardíaca é um evento crítico que não escolhe a hora nem o local para acontecer, sendo o limite da gravidade que impõe o atendimento imediato da equipe de saúde.
A integração de esforços em uma equipe multiprofissional proporciona ao paciente/cliente uma qualidade de assistência da qual o enfermeiro é imprescendível (COSTA, 2005).
O enfermeiro deve estar capacitado a reconhecer precocemente situações potencialmente perigosas, como arritmias cardíacas com risco de evoluir para fibrilação ou assistolia ventricular (BASTOS, 2001).
Cada vez mais se define o espaço do enfermeiro na atuação em conjunto com a equipe multiprofissional, através do conhecimento científico, do trabalho sincronizado e organizado (SILVA , 1979).
Por ser a RCP um conjunto de procedimentos padronizados que requer rapidez e eficiência, fazendo com que o indivíduo em risco de morte iminente seja ressuscitado, pode-se a afirmar que salvar vidas é uma tarefa estressante e até traumatizante. Portanto, comandar todas as etapas da ressuscitação deve ser tarefa de um "líder" que mantenha um bom estado de espírito, impedindo que a ansiedade interfira na sua capacidade de raciocínio, além de orientar com responsabilidade a equipe no desempenho de suas atividades, mantendo uma postura ética e moral, (GOLEMAN, 1999).
A American Heart Association (AHA), preconiza que um dos integrantes da equipe de ressuscitação seja o "líder", objetivando o melhor desempenho e organização durante a assistência prestada (ACLS, 1997). O profissional que assume tal posição em geral é o médico, pois ele também assume o aspecto legal da terapêutica a ser aplicada.
No entanto, faz-se necessário que o enfermeiro também atue como líder, para administrar a dinâmica da equipe conforme a terapêutica adotada.
Neste contexto, toda liderança é reconhecida como um valioso instrumento, que proporciona um bom trabalho em equipe, sendo todo enfermeiro um líder e administrador em algum nível, pois o papel da enfermagem requer habilidades de liderança e administração (MARQUIS, 1999).
Nos serviços de emergências, o enfermeiro líder participa da organização da sala de emergência, treinamento da equipe segundo a sistematização nos moldes Suporte Básico de Vida e Suporte Avançado de Vida.
A previsão de necessidades e a garantia de funcionamento de materiais e equipamentos espelha uma enfermagem de alta qualificação técnica, e este é o primeiro passo para todas a ações que serão realizadas durante e após o atendimento da PCR (COSTA, 2005).
O enfermeiro líder deve fazer dos funcionários parceiros do sucesso na atuação de suas atribuições, mesmo que o objetivo a ser alcançado venha a falhar (insucesso
na ressuscitação). Deve também valorizar este comportamento, ensinando a sua equipe no seu dia-a-dia.
Assim, pode-se distinguir o médico líder que atua no atendimento da parada cardiorrespiratória do líder enfermeiro que coordena o processo deste atendimento.
"Os enfermeiros das unidades de emergência aliam à fundamentação teórica (imprescindível) a capacidade de liderança, o trabalho, o discernimento, a iniciativa, a habilidade de ensino, a maturidade e a estabilidade emocional. (GOMES, 1994). Por isso a constante atualização destes profissionais, é necessária pois, desenvolvem com a equipe médica e de enfermagem habilidades para que possam atuar em situações inesperadas de forma objetiva e sincrônica na qual estão inseridos.
REFERÊNCIAS :
AIRES, M. de M. Fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. American Heart Association . n. 4 vol. 16, dez 2005/fev 2006.
BARTHOLOMAY,E.; DIAS, F. S. TORRES, F. A. et. al. Impacto das manobras de reanimação cardiorrespiratória cerebral em um hospital geral: fatores prognósticos e desfechos.
CARVALHO, M. G. de. Atendimento pré-hospitalar para enfermagem: suporte básico e avançado de vida. 1. ed. I?tria, 2004.
CINTRA, E. de A.; NISHIDE, V. M.; NUNES, W. A. Assistência de enfermagem ao paciente gravemente enfermo. 2. ed. São Paulo: Atheneu,2005.
DAVIES, A.; BLAKLEY, A. G H; KIDD, C. Fisiologia Humana.Porto Alegre: Artmed, 2002.
DELAMARCHE, P.; DUFOUR, M.; MULTON, F. Anatomia, fisiologia e biomecânica . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
FATTINI, C. A.; DÂNGELO, J. G. Anatomia sistêmica e segmentar. 3. ed. Atheneu, 2000.
FERRARI, D. Enfermagem em Cardiologia. Ano 1, n. 4, 2006.
FERREIRA, C.; PÓVOA, R. Cardiologia para o clinico geral. Atheneu, 1999.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. In: Como delinear uma pesquisa bibliográfica, 4. ed. cap. 5, p. 60-84.
GOMES, A. M. de C. G.; TIMERMAN, A.; SOUZA, C. A. M. de. Fatores prognósticos de sobrevida pós reanimação cardiorrespiratória cerebral em hospital geral . Arquivo Brasileiro de Cardiologia. Vol. 85, n. 4, São Paulo, 2005. Disponível em:
GUIMARAES, H. P.; LOPES, R. D.; LOPES, A. C. Parada ardiorrespiratória. São Paulo: Atheneu, 2005.
GUYTON, A. C. Fisiologia humana. 6. ed., 1988.
GUYTON, A. C; HALL, J. E. Fisiologia humana e mecanismo das doenças. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.Tratado de fisiologia medica. 10. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
HOFLING, C.; VANCINI, C. R.; PISONI, I. C. et. al. A desfibrilação precoce e o uso de desfibrilador externo automático por enfermeiros de unidades hospitalares não criticas. Revista Emergência. out/nov 2005.
JACOB, S. W.; FRANCORRE, C. A.; LOSSOW, W. J. Anatomia e fisiologia humana . 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1990.
MOREIRA, D. M.; NETO, G. M.; OLIVEIRA, M. W. et. al. Estudo retrospectivo de sobrevida de pacientes submetidos a reanimação cardiorrespiratória em unidade de tratamento intensivo. Arquivo Brasileiro de Cardiologia. vol. 78 n.6, 545-8, 2002.
OLIVEIRA, R. P. de; FERREIRA, F. G.; MARTINS, M. et. al. A enfermagem nas situações de emergência. Disponível em:
POLIT F. D. et al. Revisão da literatura de pesquisa. In: Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 5. ed. Porto Alegre. Editora: Artmed, 2004, p. 124-143, cap.06.
SILVA, L. S.; PEREIRA, S. R. M.; MESQUITA A. M. F. de. Procedimentos de enfermagem: semiotécnica para o cuidado. Medsi, 2004.
SILVA, S. C. da. A presença de fatores iatrogênico s relacionados ao atendimento a parada cardiorrespiratória na unidade de terapia intensiva.Congresso Nacional de Medicina Critica em Internet. Disponível em: http: /www.ininet.ed/cime99/fulltext/00149sc. html>. Acesso em: 12/09/2008 ás 16 hs.
SMELTZER, S. C.; BARE B. G. Tratado de enfermagem médico-cirurgica.9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan: 2005.
VENISHI, E. K. Enfermagem médico-cirúrgica em unidade de terapia intensiva.SENAC, 2003. Série Apontamentos.
WEHBE, G.; GALVÃO, M. C. Aplicação da liderança situacional em enfermagem de emergência. Revista Brasileira de Enfermagem (REBEN). Jan/fev 2005.
[2] VIEIRA, nome. Nome do livro. Edição. Ed : local do livro, ano, pág.
[3] Idem , pág. Nda pág.
[4] VIEIRA, nome . ob.cit.pag. ndapag.
Ivania Matsumoto
Acadêmica de Enfermagem do 7º período de Enfermagem da UNIFESO de Teresópolis.
Acadêmica de Enfermagem do 7º período de Enfermagem da UNIFESO de Teresópolis.