Os critérios para o diagnóstico de Morte Encefálica (ME) estão definidos na Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), na lei nº 1480/1997, que conceitua Morte Encefálica como a situação irreversível das atividades encefálicas e de tronco cerebral. Para isso, o coma aperceptivo com ausência de atividades motoras supra- espinal e apnéia, como parâmetros clínicos a serem observados para a constatação de morte encefálica. Os exames complementares precisam demonstrar:
Ausência de atividade elétrica cerebral ouAusência de atividade metabólica cerebral ouAusência de perfusão sangüínea cerebral.
Na UTI, quando existe a identificação de um potencial doador, há obrigatoriedade de notificação à Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos (CNCDO) de sua cidade. Cabe ao enfermeiro ou ao médico ter o compromisso ético de notificar a existência de um potencial doador em sua unidade.Na suspeita de ME, a equipe mutidisciplinar após algumas discussões, entra em um contato com a CNCDO para que haja a abordagem com a família e para a autorização dos exames complementares que diagnosticarão a ME e autorização da retirada dos órgãos e tecidos. Após a concordância dos familiares com a doação, os termos de doação e de orientação do processo de doação e transporte devem ser assinados. Uma cópia do termo de autorização de doação é entregue para a família.Com base no Termo de Declaração de Morte Encefálica (Res. CFM nº1480/97) o médico intensivista realiza as etapas do exame para o diagnóstico de ME obedecendo o tempo de intervalo entre um exame e outro (crianças acima de 6 anos, intervalo de 6 horas). Os exames de diagnóstico de ME devem ser realizados por dois médicos, sendo que nenhum deles posa fazer parte da equipe de transplantes. As etapas do exame neurológico consistem em :
Identificação do coma arreceptivo;Avaliação do padrão pupilar (midríase);Avaliação da ausência de reflexo córneo- palpebral;.Avaliação da ausência de reflexo oculocefálicos;Avaliação da ausência de resposta as provas óculo- vestibulares (calórica);Avaliação da ausência de reflexo de tosse.Após a realização do segundo exame e se confirmado a ME, inicia-se um processo de manutenção das condições fisiológicas dos órgãos para que haja a preservação de suas atividades funcionais. O enfermeiro tem um papel fundamental nessa etapa, pois é ele que mantém o doador viável para a doação. Os cuidados com o doador de órgãos e tecidos deverá estar voltado para o contole geral dos seguintes padrões:
Padrão Hemodinâmico: manter PAM: 80-100 mmHg; PAS > 100 mmHg e PVC > 10 cm H2O;Padrão Renal: Hidratar o paciente e manter o fluxo urináiro entre 0,5 a 2 ml/Kg/h;Padrão Ventilatório: Manter a Saturação de O2 > 90%, PaCO2 entre 30-40 mmHg e PaO2/FiO2 > 200, corrigindo alterações que posam surgir;Padrão Metabólico: Manter o Ácido láctico normal, Sódio plasmático abaixo de 160 mEq/l , Potássio plasmático entre 4-5 mEq/l Cálcio normal Fósforo normal Glicemia normal;Padrão Hematológico: manter a Hemoglobina > 10g% (hemotrasfundir se necessário);Temperatura Corporal: Manter o doador sempre acima de 34º C.
Ausência de atividade elétrica cerebral ouAusência de atividade metabólica cerebral ouAusência de perfusão sangüínea cerebral.
Na UTI, quando existe a identificação de um potencial doador, há obrigatoriedade de notificação à Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos (CNCDO) de sua cidade. Cabe ao enfermeiro ou ao médico ter o compromisso ético de notificar a existência de um potencial doador em sua unidade.Na suspeita de ME, a equipe mutidisciplinar após algumas discussões, entra em um contato com a CNCDO para que haja a abordagem com a família e para a autorização dos exames complementares que diagnosticarão a ME e autorização da retirada dos órgãos e tecidos. Após a concordância dos familiares com a doação, os termos de doação e de orientação do processo de doação e transporte devem ser assinados. Uma cópia do termo de autorização de doação é entregue para a família.Com base no Termo de Declaração de Morte Encefálica (Res. CFM nº1480/97) o médico intensivista realiza as etapas do exame para o diagnóstico de ME obedecendo o tempo de intervalo entre um exame e outro (crianças acima de 6 anos, intervalo de 6 horas). Os exames de diagnóstico de ME devem ser realizados por dois médicos, sendo que nenhum deles posa fazer parte da equipe de transplantes. As etapas do exame neurológico consistem em :
Identificação do coma arreceptivo;Avaliação do padrão pupilar (midríase);Avaliação da ausência de reflexo córneo- palpebral;.Avaliação da ausência de reflexo oculocefálicos;Avaliação da ausência de resposta as provas óculo- vestibulares (calórica);Avaliação da ausência de reflexo de tosse.Após a realização do segundo exame e se confirmado a ME, inicia-se um processo de manutenção das condições fisiológicas dos órgãos para que haja a preservação de suas atividades funcionais. O enfermeiro tem um papel fundamental nessa etapa, pois é ele que mantém o doador viável para a doação. Os cuidados com o doador de órgãos e tecidos deverá estar voltado para o contole geral dos seguintes padrões:
Padrão Hemodinâmico: manter PAM: 80-100 mmHg; PAS > 100 mmHg e PVC > 10 cm H2O;Padrão Renal: Hidratar o paciente e manter o fluxo urináiro entre 0,5 a 2 ml/Kg/h;Padrão Ventilatório: Manter a Saturação de O2 > 90%, PaCO2 entre 30-40 mmHg e PaO2/FiO2 > 200, corrigindo alterações que posam surgir;Padrão Metabólico: Manter o Ácido láctico normal, Sódio plasmático abaixo de 160 mEq/l , Potássio plasmático entre 4-5 mEq/l Cálcio normal Fósforo normal Glicemia normal;Padrão Hematológico: manter a Hemoglobina > 10g% (hemotrasfundir se necessário);Temperatura Corporal: Manter o doador sempre acima de 34º C.
CUIDADOS HEMODINÂMICOSControlar e corrigir a Hipotensão Arterial baseando-se nos valores de PVC e PA, para isso, temos como Protocolo, o uso de soluções cristalóide iso- osmóticas e solução de ringer lactato. Lembrar que soluções glicosadas em excesso pode provocar hiperglicemia e hiponatremia por diluição e infusões de solução cristalóide de Na podem provocar hipernatremia grave, contra- indicando a remoção dos órgãos.O uso de drogas vasoativas é aceito, desde que se respeite o ajuste de dose, ou seja, o uso de Dopamina numa velocidade de infusão entre 2-3 mcg/kg/min tem ação dopaminérgica, provocando vasodilatação renal e mesentérica, facilitando o fluxo renal. Em doses maiores, pode ter efeitos deletérios para os órgãos, devido sua ação betadrenérgica (efeito vasopressor) e alfadrenérgica (vasoconstricção sistêmica).
CUIDADOS VENTILATÓRIOSDeve-se diminuir a hiperventilação, diminuir o FiO2 e PEEP para que tenhamos a saturação de oxigênio em torno de 98- 100%. Em potenciais doadores de pulmão, deve-se evitar: FiO2 > 0,5 (50%), PEEP > 5 cmH2O, Pressão Inspiratória > 30 cmH2O e sobregarga pulmonar de líquidos.OBS: Em pacientes entre 13- 30 anos, é comum os doadores apresentarem EAP pelo súbito aumento de catecolaminas circulantes.
CUIDADOS COM AS CÓRNEASDeve-se ocluir corretamente os olhos, realizando a hidratação dos mesmos, com colírios, SF0,9%, soluções lubrificantes. Evitar a formação de úlcera de córnea.
CUIDADOS HIDROELÉTROLÍTICOSMonitorar e corrigir a hipopotassemia, hipertpotassemia, hiponatremia, hipernatremia, alterações de cálcio, fósforo e glicemia.
CUIDADOS HEMATOLÓGICOSDistúrbios da coagulação podem ser decorrentes a perda sanguínea, transfusão de sangue estocado, hipotermia e fibrinólise. Manter hematócrito acima de 30%. Na presença de distúrbios da coagulação plasma fresco e se necessário concentrado de plaquetas.
CONTROLE DE TEMPERATURAA ME provoca o desaparecimento dos mecanismos hipotalâmicos centrais de termorregulação resultando em alteração da temperatura. Deve-se utilizar o aquecimento passivo para evitar tal complicação. Na presença de hipotermia, deve-se estar atento para a presença de arritmias cardíacas, vasoconstrição, alterações de glicose sérica, diminuição da função renal e desvio da curva de dissociação da hemoglobina, diminuindo a oferta de oxigênio para os tecidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.Uniform Determination of Death Act, 12 Uniform Laws Annotated (U.L.A.) 589 (West 1993 and West Supp. 1997).CURRENT CONCEPTS N Engl J Med, Vol. 344, No. 16 April 19, 2001·www.nejm.org · 12212. Wijdicks EF. Determining brain death in adults. Neurology 1995;45:1003-11.3. Ashwal S, Schneider S. Brain death in children. Pediatr Neurol 1987;3:5-11, 69-77.4. Brock DW. The role of the public in public policy on the definition ofdeath. In: Youngner SJ, Arnold RM, Schapiro R, eds. The definition of death: contemporary controversies. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1999:293-307.5. Mollaret P, Goulon M. Le coma dépassé (mémoire préliminaire). Rev Neurol (Paris) 1959;101:3-5.6. A definition of irreversible coma: report of the Ad Hoc Committee of the Harvard Medical School to Examine the Definition of Brain Death. JAMA 1968;205:337-40.7. Mohandas A, Chou SN. Brain death: a clinical and pathological study.J Neurosurg 1971;35:211-8.8. Diagnosis of brain death: statement issued by the honorary secretary of the Conference of Medical Royal Colleges and their Faculties in the United Kingdom on 11 October 1976. BMJ 1976;2:1187-8.9. President’s Commission for the Study of Ethical Problems in Medicine and Biomedical and Behavioral Research. Defining death: a report on the medical, legal and ethical issues in the determination of death. Washington, D.C.: Government Printing Office, 1981.10. The Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology. Practice parameters for determining brain death in adults (summary statement). Neurology 1995;45:1012-4.
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